A expectativa é que o estoque da dívida cresça menos no ano de 2021 e que os prazos se alonguem, em meio à demanda menor por títulos de curto prazo em um ambiente econômico relativamente mais favorável.
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“O estoque da DPF (Dívida Pública Federal) tende a ficar menor, sobretudo devido à expectativa de menores colocações de títulos prefixados, em particular aqueles com prazos mais reduzidos”, disse o Tesouro em nota. “Esse ajuste na estratégia de financiamento se traduz em uma composição com maior participação de títulos remunerados por taxas de juros flutuantes e dos remunerados por índices de preços, em detrimento dos prefixados.”
O Tesouro prevê agora que a dívida pública federal chegue ao final deste ano entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões. Em janeiro, esses limites eram entre R$ 5,6 e R$ 5,9 trilhões.
A participação dos prefixados no final do ano caiu de 38% a 42% para 31% a 35%. Já a dos títulos atrelados à taxa Selic, que ganham apelo com o ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central, aumentou de 28% a 32% para 33% a 37%.
“Os novos limites significam menor risco de refinanciamento para a dívida, uma vez que haverá menor concentração de dívida de curto prazo”, disse o Tesouro, ressaltando que a mudança de expectativas é importante após a redução do prazo da dívida verificada no ano passado com a emissão de títulos para enfrentamento dos efeitos econômicos e sociais da pandemia.
Em 2020, a dívida pública federal saltou 17,9%, superando o limite superior do PAF do ano para cobrir gastos recordes do governo com a pandemia da Covid-19, que superaram R$ 600 bilhões. O prazo médio da dívida caiu para 3,6 anos, ante 4,0 anos em 2019.
O subsecretário da Dívida Pública, Otávio Ladeira, disse que, apesar do cenário mais benigno em 2021, o ajuste da dívida não será imediato. “Levará tempo para que a gente consiga voltar aos valores, aos percentuais, aos montantes pré-pandemia”, afirmou, acrescentando que 2020 foi “desafiador”.
Em abril, a dívida pública federal recuou 2,92%, para R$ 5,089 bilhões, refletindo um resgate líquido de R$ 340,6 bilhões – o maior da série histórica do Tesouro, que tem início em 2006.
Ladeira disse que até o final do ano o estoque da dívida deve crescer, fechando 2021 no intervalo previsto no PAF. (Com Reuters)
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