Clubes de futebol começam a adotar criptomoedas

15 de junho de 2021
Jason Cairnduff/Reuters

Estádio Etihad Stadium, da liga inglesa Manchester City, que está entre os clubes que lançaram tokens nos últimos meses

Diante da queda nas receitas do esporte causada pela pandemia, um número crescente de grandes clubes de futebol está lançando moedas digitais para que os fãs possam participar de uma variedade de decisões menores sobre as equipes.

No entanto, os torcedores estão divididos. Alguns apreciam a maneira inovadora de se envolver com seus times – e ajudam a tomar decisões, mesmo que seja apenas para a música tocada nas partidas após um gol ou imagens usadas nas redes sociais. Outros consideram os tokens uma participação superficial, que aumenta os custos já crescentes de apoiar suas equipes.

LEIA TAMBÉM: Do Chelsea ao Manchester City: 10 bilionários que também são donos de clubes de futebol

Entre os clubes que lançaram tokens nos últimos meses estão o campeão da liga inglesa Manchester City e o italiano AC Milan. A seleção espanhola diz que planeja lançar um esquema similar. A Argentina estreou seus tokens na semana passada.

Os tokens de fãs podem ser negociados em Bolsas assim como outras criptomoedas. Os preços estão sujeitos a oscilações violentas e podem ter pouca conexão com o desempenho em campo. Alguns perderam cerca de dois terços ou mais de seu valor nas últimas semanas, refletindo declínios semelhantes no setor mais amplo de criptomoedas.

Malcolm Clarke, presidente da Football Supporters Association, que representa os torcedores na Inglaterra e no País de Gales, disse que os clubes estão se esforçando para ganhar dinheiro deixando os torcedores opinarem sobre a administração dos times ou “tentando arrancar dinheiro extra, por meio de pesquisas online inconsequentes de engajamento”.

Os tokens ganharam força entre os clubes diante da redução de receita durante a pandemia, já que os jogos foram disputados sem torcedores. As receitas dos 20 principais clubes da Europa caíram 12%, para € 8,2 bilhões, no ano fiscal de 2020, que para a maioria dos clubes foi o período de 12 meses encerrados em junho, segundo a firma de consultoria Deloitte.

Os times de futebol normalmente se unem a uma empresa de tecnologia de criptomoedas que emite os tokens e obtém uma parte da receita de sua venda inicial.

Vários clubes europeus fizeram parceria com o Chiliz, unidade da Mediarex, com sede em Malta. O Rangers da Escócia fez acordo com uma plataforma de blockchain turca. O Borussia Dortmund da Alemanha está trabalhando com duas outras startups.

A Chiliz lançou 20 tokens de torcedor com times de futebol. Também lançou oito tokens com equipes de outros esportes, incluindo automobilismo e artes marciais mistas.

O valor total de mercado dos 21 tokens de capital aberto emitidos pela Chiliz era de cerca de260 milhões em 13 de junho, dois terços acima do final de 2020, mas abaixo da metade em relação ao pico de maio, de acordo com o pesquisador de blockchain Christian Ott, que dirige o site Fantokenstats. (Com Reuters)

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.