Elon Musk nega manipulação no bitcoin e afirma que, com mineração limpa, Tesla pode voltar a aceitar a cripto

14 de junho de 2021
GettyImages

O bilionário usou sua conta no Twitter neste domingo para negar acusações de manipulação no mercado de criptomoedas

O bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk, usou sua conta no Twitter na tarde de ontem (13) para refutar afirmações de envolvimento em um esquema “pump and dump” no bitcoin, termo em inglês que significa inflar os preços de um ativo para, depois, vender na alta. O bilionário negou as acusações e disse que a empresa de veículos elétricos investirá na maior criptomoeda do mundo apenas quando a mineração utilizar uma quantidade “razoável” de energia limpa.

“Isso não é verdade”, disse Musk em resposta a uma reportagem do Cointelegraph destacando comentários de Magda Wierzycka, CEO da empresa de serviços financeiros Sygnia, que criticou Musk pela “manipulação no preço” do bitcoin.

De acordo com Wierzycka, Musk anunciou o investimento no Twitter, então “aumentando o preço do bitcoin” e, logo em seguida, “vendeu na alta”.

“A Tesla vendeu apenas 10% das participações para confirmar que o bitcoin poderia ser vendido facilmente sem impactar o mercado”, acrescentou Musk, referindo-se à venda da Tesla no primeiro trimestre, que resultou em uma receita de US$ 272 milhões, após vários tweets divulgando a criptomoeda.

Musk também disse que a empresa planeja “retomar a permissão de transações com o bitcoin” assim que houver confirmação de que os mineradores estão usando aproximadamente 50% de energia limpa com uma “tendência futura positiva”.

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No mês passado, Musk e seu colega bilionário que dirige a empresa de análise de negócios MicroStrategy, Michael Saylor, afirmaram no Twitter que se reuniram com alguns dos maiores mineradores de bitcoin dos Estados Unidos e iriam liderar um esforço para “promover a transparência no uso de energia e acelerar a sustentabilidade iniciativas em todo o mundo.”

Metas específicas para o grupo ainda não foram anunciadas e os participantes controlam, coletivamente, menos de 10% do poder de computação global da rede do bitcoin, mas o esforço quase imediatamente atraiu críticas da indústria por tentar centralizar a criptomoeda, que foi intencionalmente projetada para ser financeiramente descentralizada.

“A volatilidade que vimos [no bitcoin] é uma função inesperada do que eu chamaria de manipulação de mercado por Elon Musk, e se isso acontecesse com uma empresa listada, ele seria investigado e severamente sancionado pela SEC“, disse Wierzycka na última quarta-feira (9), referindo-se ao fato de que a SEC tem autoridade regulatória apenas sobre valores mobiliários – e não moedas. A SEC define manipulação de mercado como a “conduta intencional ou destinada a enganar ou fraudar os investidores, controlando ou afetando artificialmente o preço dos valores mobiliários”.

O bitcoin disparou em fevereiro depois que a Tesla anunciou o investimento de US$ 1,5 bilhão na maior criptomoeda do mundo, mas os preços despencaram desde abril, quando a Tesla informou ter vendido parte de sua participação em documentos legais.

Musk, que impulsionou o mercado de criptomoedas durante a grande recuperação nos preços observada no início deste ano, ajudou a intensificar a crise no mês passado, tweetando que a Tesla não aceitaria mais o bitcoin por causa de seu pesado custo ambiental – levando a queda de mais de US$ 300 bilhões em valor de mercado das moedas digitais em apenas algumas horas. Os preços não conseguiram se recuperar desde então, pressionados ainda pela intensificação da repressão chinesa. O valor de mercado das criptomoedas – cerca de US$ 1,6 trilhão ontem – é apenas 60% do que era um mês atrás. Os preços do bitcoin saltaram quase US$ 1.500 após o tweet de Musk deste domingo, subindo para pouco menos de US$ 37.550. Às 10h21, horário de Brasília, o bitcoin estava custando US$ 40 mil e R$ 198 mil.

Apesar da queda acentuada do bitcoin desde o mês passado, dois dos maiores apoiadores corporativos da criptomoeda dobraram seus investimentos em bitcoin na semana passada. A MicroStrategy, que possui mais bitcoin do que qualquer outra empresa, anunciou que levantaria US$ 500 milhões em dívidas para comprar mais bitcoin – no mesmo dia em que avisou que enfrentaria um prejuízo no segundo trimestre de pelo menos US$ 285 milhões como resultado de suas participações na moeda digital, após a queda nos preços.

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