Pouco depois de depor, Musk negou que o acordo foi um resgate à SolarCity, como os acionistas da Tesla haviam alegado.
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O depoimento de Musk é o pontapé inicial de um julgamento de duas semanas em Wilmington, Delaware, diante do vice-chanceler Joseph Slights, que decidirá se o acordo com a SolarCity foi justo aos acionistas da Tesla.
O processo do sindicato de fundos de pensão e gerentes de ativos alega que o presidente-executivo da Tesla forçou o conselho a comprar a SolarCity no momento em que a empresa estava prestes a ficar sem dinheiro. Musk possuía 22% de participação na SolarCity, que foi fundada pelos seus primos.
No momento da compra, ele também era dono de cerca de 22% das ações da Tesla.
Musk, usando um terno escuro, camisa branca e gravata escura, depôs que via a empresa de painéis solares como uma parte natural da transição para energia sustentável antes do acordo com a SolarCity.
Ele considerou o acordo na época como central ao seu “Plano Diretor, Parte Dois”, que busca remodelar o transporte pelo uso de energia sustentável para abastecer uma frota de veículos elétricos autônomos.
Musk disse hoje (12) que não controlava a nomeação de membros do conselho ou as suas remunerações e que eles negociaram o acordo com a SolarCity e seus termos econômicos sem a sua influência.
O advogado dos acionistas, Randall Baron, alertou Musk que “planejamos passar muito tempo com você. Será uma maratona”.
Musk fez uma careta, cutucou a pasta de 15 centímetros de espessura e respondeu: “olhando para a pasta, eu notei”.
Especialistas disseram que o juiz buscará evidências de que Musk ameaçou membros do conselho ou que diretores sentiram que não poderiam questioná-lo.
O processo dos acionistas acusa Musk de dominar as discussões do negócio, levando a Tesla a pagar mais pela SolarCity, e também de ter enganado os acionistas sobre a deterioração da saúde financeira da fabricante de painéis solares.
As acusações de que Musk, com 22% das ações da Tesla na época do acordo, era acionista majoritário, serão centrais para o caso. Se era, um padrão legal mais rígido será imposto, aumentando a probabilidade de que o acordo foi injusto aos acionistas.
“Seria uma surpresa para muitos se o tribunal dissesse que ele não tem controle”, afirmou Brian Quinn, professor da Escola de Direito da Universidade de Boston. “Porque ele certamente age como se tivesse.”
Slights provavelmente levará meses para emitir uma decisão. (Com Reuters)
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