No Brasil, o número de investidores pessoa física na Bolsa brasileira, a B3, cresceu 92% em 2020. Neste ano, os CPFs cadastrados somavam 3,7 milhões em maio, uma alta de 50,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
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“[O objetivo] é a variável que você tem controle e que daí você pode reavaliar os seus investimentos a partir de mudanças nela, mas tentar precisar o ponto certo para entrar ou sair, isso é muito frustrante”. Ela reforça também que essa é uma prática que precisa ser habitual, pois o mercado e a nossa vida são dinâmicos, “a gente não pode fazer investimento e não avaliar, de tempos em tempos, para ver se aquilo está alinhado com os nossos interesses”.
Para Gabriela Mosmann, analista de investimentos da Suno Research, mais simples do que se perguntar sobre o momento de vender um ativo, é entender o motivo de sua compra. “Primeiramente, é preciso entender o motivo da compra do ativo, para então definir como acompanhá-lo no mercado, definir critérios, uma tese de investimento, e então avaliar o momento da venda”, explica.
Uma vez identificados os objetivos com um investimento, é necessário estudar os ativos
A analista conta que existem estratégias diferentes para cada tipo de ativo, “mesmo em ações, existem empresas de dividendos e small caps [empresas menores, mas com potencial de crescimento]. Enquanto na renda fixa, o investidor pode, por exemplo, investir porque quer fazer uma viagem e proteger o dinheiro da inflação, o que exige um tipo específico de ativo”.
“É um checklist bem simples, com um ou dois meses de estudo, para dar uma olhada antes de decidir, colocar no papel o que é cada investimento, porque quer investir nele, o que é possível conseguir dele. [Isso] vai tornar o processo muito mais claro e mais fácil para definir quais ativos o investidor quer na carteira, e a partir daí o investidor vai conseguir enxergar de cara o porquê vender e quando vender, vai ser muito mais fácil e tranquilo”, conclui.
Avaliando o mercado
“As casas de análises, por exemplo, lançam um relatório informando suas expectativas para determinado papel, ‘a gente acredita que a ação do banco A ou da empresa B tem um preço e uma perspectiva de subir tantos % em tanto tempo’, e o ideal seria que os investidores respeitassem esse valor.”
A especialista reforça ainda ser preciso cautela para realizar qualquer movimento no mercado, pois ele exige uma lógica muito racional, “quando envolve as pessoas, trazemos a emoção, e nem sempre, quando colocamos a emoção na mesa, as coisas funcionam dessa forma”.
Com relação aos fundos de investimento, a especialista coloca como critério o comportamento do gestor. “Se ele está cumprindo a sua política de investimento e dando o retorno esperado, o momento de sair é quando você precisar daquele dinheiro para o objetivo que você traçou no momento em que investiu”.
Gabriela Mosmann também traz outros critérios na hora de avaliar o mercado. “Para acompanhar uma empresa não adianta apenas olhar para os números de balanços e dados históricos, porque os dados passados não são garantia do futuro. Então, é muito importante você conseguir acompanhar o ambiente mundial de negócios para ver tendências”.
A analista reforça que não é preciso saber avaliar criticamente tudo, é possível pedir a opinião de um especialista, “ninguém consegue acompanhar todos os investimentos e todos os setores, e tudo bem, você precisa focar na sua carteira e no que é interessante para a própria carteira, porque será possível entender melhor a dinâmica desse mercado”.
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