Patrimônio de Bernard Arnault cresce US$ 2 bilhões após LVMH divulgar alta de 56% em receita

27 de julho de 2021
Reprodução/Forbes

Arnault adquiriu 60% das ações da marca de moda de cultura jovem Off-White, um indício de como será o plano de negócios para a próxima década

O bilionário Bernard Arnault anunciou um salto de crescimento pós-pandemia em seu império de luxo da moda LVMH – que possui marcas como Louis Vuitton, Givenchy e Christian Dior – em um momento em que seus planos para ampliar a participação de mercado da companhia ganham impulso.

Ontem (26), a LVMH reportou receita de US$ 33,9 bilhões no primeiro semestre de 2021, alta de 56% em relação ao mesmo período de 2020, com grande parte do crescimento impulsionado por moda e artigos de couro, para os quais a receita passou de US$ 9,4 bilhões no primeiro semestre de 2020 a US$ 16,3 bilhões no mesmo período de 2021. As vendas nos EUA e na Ásia “aumentaram acentuadamente desde o início do ano”, informou a empresa, diante da recuperação “mais gradual” da pandemia na Europa.

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Arnault, presidente e CEO da LVMH, comemorou um “semestre excelente”, afirmando em um comunicado da empresa que a LVMH está “colhendo os benefícios de ter continuado a inovar e investir em seus negócios durante a pandemia, apesar da crise global.” Arnault comemorou a incorporação da joalheria norte-americana Tiffany & Co, que adquiriu em novembro de 2020 por US$ 15,8 bilhões.

Durante a pandemia, o bilionário se tornou brevemente a pessoa mais rica do mundo quando seu patrimônio líquido estimado atingiu US$ 186,3 bilhões no final de maio deste ano. A fortuna de Arnault aumentou de US$ 76 bilhões em março de 2020 para US$ 193 bilhões hoje, atrás apenas de Jeff Bezos, da Amazon, com US$ 211 bilhões. Na última terça-feira (20), após a primeira hora de pregão em Wall Street, seu patrimônio líquido estimado subiu US$ 2 bilhões, graças à valorização das ações da LVMH após os resultados do semestre.

Off-White e a renovação da marca

Na semana passada, a LVMH anunciou a aquisição de 60% das ações da marca de moda de cultura jovem Off-White, fundada pelo estilista Virgil Abloh, por um valor não revelado. Os analistas da LVMH identificaram a mudança como um indício de como será o plano de negócios de Arnault para a próxima década.

Flavio Cereda, que dirige pesquisas de capital de marcas de luxo para o banco de investimentos Jefferies, em Londres, disse à Forbes que a estratégia pós-pandemia da LVMH é crescer e ganhar o máximo possível da “carteira” dos consumidores de luxo e moda. “Acredito que sua participação no mercado global passou de 11% a 12% antes da pandemia para 15% a 16% atualmente.” Ele acrescenta: “A estratégia aqui é a apropriação de espaços. É uma apropriação de espaços muito agressiva em muitas categorias nos diversos segmentos de luxo.”

O estilista Abloh, arquiteto e ex-consultor criativo do cantor, empresário e produtor musical norte-americano Kanye West, trabalha na LVMH como diretor artístico de roupas masculinas da Louis Vuitton desde 2018. A chegada da Off-White ao portfólio de Arnault dará a Abloh “um assento à mesa”, disse o designer ao New York Times na semana passada. O próprio Arnault deu uma dica clara de seus planos para os próximos anos, celebrando a “criatividade e visão excepcionais” de Abloh e como isso pode se estender à “gama mais ampla de categorias de luxo” da LVMH.

Cereda, analista da Jefferies, disse à Forbes que o negócio é uma oportunidade de integrar as partes díspares da LVMH através de um dos mais interessantes e influentes novos nomes da moda. “A Off-white, bancada pela LVMH, pode ter [em breve] 300 lojas – o que não é difícil quando se tem a LVMH por trás, [mas] a marca em si é pequena no contexto da LVMH”, diz ele. “O que eu acho muito mais relevante é a vinculação a Virgil [Abloh], seus serviços, seu nome, sua marca – eles podem fazer muito com isso.” Abloh, em uma declaração da LVMH, disse que “esta é uma plataforma nova e incrível para levar a ruptura que alcançamos juntos a um nível totalmente novo.”

O currículo de Abloh é uma grande parte de seu apelo para a LVMH, de acordo com a análise de Cereda. “Eles não fechariam esse negócio se não tivessem planos para ele crescer dentro da LVMH”, afirma. Ele observa que a famosa “abordagem dos 3%” de Abloh, segundo a qual “você pode alterar 3% de qualquer coisa e ela se torna algo novo”, dá uma boa ideia do que podemos esperar da Off-White na LVMH, especialmente quanto à aproximação entre as marcas de moda, luxo e bebidas, e os mais de 50 hotéis espalhados pelo mundo.

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