Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC afirmou que a revisão para 2021 reflete principalmente a expectativa de menor saldo da balança comercial por conta do aumento das importações. Agora, o BC vê um superávit para as trocas comerciais de US$ 43 bilhões neste ano, bem abaixo dos US$ 70 bilhões calculados anteriormente.
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Segundo o BC, vêm ganhando relevância algumas operações que não são computadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, mas sensibilizam o balanço de pagamentos.
De um lado, há as importações fictas (operações contábeis que não envolvem a entrada de mercadorias no país) no âmbito do Repetro, que continuaram sendo observadas mesmo após o fim do prazo de migração para a modalidade Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) no fim de 2020.
O Repetro é o regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural
De outro lado, compras crescentes de criptomoedas, que também ficam de fora dos cálculos do Ministério da Economia, têm afetado as projeções de importações.
Em coletiva de imprensa, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, afirmou que a compra de criptoativos chegou a US$ 4 bilhões nas importações até agosto.
Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o mundo de criptomoedas no Brasil cresceu muito como veículo de investimento.
Quanto aos IDP (Investimentos Diretos no País), o BC ajustou sua estimativa para US$ 55 bilhões em 2021, sobre US$ 60 bilhões antes, patamar que deve subir para US$ 60 bilhões em 2022.
Kanczuk avaliou que as contas externas brasileiras estão “supersaudáveis”, apesar de revisão promovida pelo BC para 2021, e que “não dá para se preocupar em absoluto com isso”.
Ele reforçou que o déficit em transações correntes previsto para 2021 é “minúsculo” e facilmente coberto pelo volume projetado de IDP.
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