O UBS BB foi o mais agressivo até o momento e passou a ver alta dos juros de 150 pontos-base nas duas últimas reuniões do Copom de 2021, ante 100 pontos-base para cada do cenário anterior.
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“O que for preciso é, de fato, o que for preciso”, afirmou o UBS BB em relatório, fazendo referência a fala recente do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que a autarquia fará o “que for preciso” para a ancoragem da inflação no médio e longo prazos.
Ainda na quinta, o Morgan Stanley elevou a 125 pontos-base o prognóstico de aperto monetário na próxima reunião do Copom. Para a instituição financeira, “125 pontos-base agora são os novos 100 pontos-base” – referindo-se à indicação do BC de não antecipar aumentos de forma agressiva.
Para o Morgan, contudo, agora ser mais duro na política monetária seria elevar os juros em 150 pontos-base – número precificado na curva de DI. O banco diz que vai monitorar quatro itens principais.
Além disso, a atenção se volta também para as projeções de inflação do BC para o próximo ano com novas premissas de câmbio, juros e preços de energia, assim como para a deterioração de expectativas de inflação e indicadores centrais desde a reunião anterior.
A magnitude de aumento de 125 pontos-base para a próxima semana agora é prevista também pelo Credit Suisse, que calcula ainda outra elevação de 125 pontos-base em dezembro e mais duas altas adicionais no começo de 2022 – a primeira de 100 pontos-base e a segunda de 75 pontos-base, levando a Selic a 10,5% ao fim do ano que vem.
“Embora a decisão final (sobre o teto de gastos) ainda esteja para ser vista, em nossa opinião ambas as soluções (para o impasse) representam uma mudança no quadro fiscal do Brasil e uma piora dos fundamentos e vão exigir ação mais assertiva da política monetária para ancorar expectativas de inflação e reduzir o atual patamar de inflação para o centro da meta”, disse o Credit Suisse em nota.
A onda de ajustes foi ditada pela percepção de piora do cenário para as contas públicas –que impacta inflação– após o governo pressionar por um aumento do Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) em parte bancado com recursos fora do teto de gastos.
A perspectiva de fim da âncora fiscal provocou uma liquidação nos mercados brasileiros na quinta, que se estendia para esta sessão, com nova alta do dólar e dos juros futuros e queda da bolsa. (com Reuters)