Carteira de dividendos: Telefônica Brasil e Taesa lideram lista de ações mais sugeridas em outubro
Artur Nicoceli e Mariangela Castro
6 de outubro de 2021
As carteiras de ações para pagamento de dividendos são sugeridas pelas corretoras com base no histórico de distribuição de resultados das companhias listadas na Bolsa e em eventos já comunicados ao mercado
Os papéis da Telefônica Brasil (VIVT3) e da Taesa (TAEE11) empataram na primeira posição da lista de ações recomendadas para pagamentos de dividendos em outubro, de acordo com as carteiras sugeridas por 12 corretoras brasileiras. Tanto a Telefônica quanto a Taesa possuem sete indicações cada.
Em segundo lugar no ranking das mais indicadas, ficou a Itaúsa (ITSA4), com seis recomendações. E, na terceira posição, a Vale (VALE3), com cinco sugestões.
As carteiras de ações para pagamento de dividendos são sugeridas pelas corretoras com base no histórico de distribuição de resultados das companhias listadas na Bolsa e em eventos já comunicados ao mercado.
Para o mês de outubro, porém, o cenário ainda é incerto. A corretora de investimentos Terra destaca que o pagamento de dividendos deste mês acontecerá em meio a questões ainda indefinidas como a reforma do Imposto de Renda, a PEC dos Precatórios, o novo Bolsa Família, o orçamento de 2022, o teto de gastos e o fundo eleitoral.
Segundo a corretora, esse cenário pode afetar as negociações de ativos, a cotação dos papéis e, em consequência, o pagamento de dividendos. Esse conjunto pode balançar o resultado da carteira recomendada de outubro.
Algumas mudanças propostas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), em setembro, no projeto da reforma tributária podem levar ao fim o JCP (Juros sobre Capital Próprio), uma segunda forma de remuneração aos acionistas brasileiros. O fim do JCP pode mudar as recomendações das carteiras. Para lidar com esse cenário, corretoras já estão alterando suas recomendações tradicionais.
No último mês, a composição de ativos da carteira de dividendos da Terra, por exemplo, teve um retorno negativo de 1,69%. Já a corretora Planner substituiu todas as ações que havia recomendado em setembro para a carteira deste mês.
O baque na composição de setembro, no caso da Planner, foi por conta do peso da Portobello (PTBL3), que mesmo pagando um bom provento, amargou uma queda expressiva no período. No último mês, os papéis da companhia tiveram um rendimento negativo superior a 25%.
Por outro lado, a Planner aponta que os papéis da Vale (VALE3), mesmo não liderando a lista, possuem a maior expectativa de rendimento de dividendo, cerca de 9%. No mês passado, o pagamento feito pela companhia foi de R$ 8,19 por ação. No consolidado de 12 carteiras de dividendos da Forbes, a empresa ocupa o terceiro lugar.
Ainda no ranking das recomendações de outubro, os papéis do Bradesco (BBDC4) e da B3 (B3SA3) estão empatados em quarto lugar, com quatro sugestões entre as corretoras. “Apesar das medidas propostas pela reforma tributária, ainda acreditamos no forte potencial de distribuição de dividendos do banco”, aponta documento da InvestMind, que espera ganho de 8% para o Bradesco.
Já a corretora Órama afirma que “há alguns fatores conjunturais atuando em favor do Bradesco”. “Dado o peso dos negócios de crédito e seguros no balanço do banco, ele deverá ser um dos maiores beneficiados da alta da Selic.”
Sobre a B3, a quantidade de indicações pode estar relacionada ao otimismo frente ao crescente número de IPOs realizados na Bolsa, analisa a Planner Investimentos. De janeiro a setembro, a Bolsa brasileira realizou 73 operações (50 IPOs e 23 follow-ons), que movimentaram R$ 137 trilhões, atrás apenas do recorde de R$ 149,2 trilhões transacionados em 2010.
A Forbes listou as 18 ações mais recomendadas em 12 carteiras de dividendos e alguns comentários de analistas, confira abaixo.