Dívida de países de baixa renda sobe 12% e bate recorde de US$ 860 bilhões em 2020

11 de outubro de 2021
Ratana21/Getty Images

O acumulado da dívida externa de países de baixa e média renda aumentou 5,3% em 2020

O estoque da dívida dos países de baixa renda subiu 12% em 2020, para um recorde de US$ 860 bilhões, conforme as nações respondiam à crise da Covid-19 com enormes pacotes de estímulo fiscal, monetário e financeiro, disse o Banco Mundial em relatório divulgado hoje (11).

Segundo o presidente do Banco Mundial, David Malpass, o documento mostrou um aumento dramático nas vulnerabilidades de dívida enfrentadas pelos países de baixa e média renda e pediu medidas urgentes para ajudar esses governos a alcançar níveis de dívida mais sustentáveis.

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“Precisamos de uma abordagem abrangente para o problema da dívida, incluindo redução da dívida, reestruturação mais rápida e maior transparência”, disse Malpass em comunicado que acompanha o novo relatório Estatística da Dívida Internacional 2022.

“Níveis de dívida sustentáveis ​​são vitais para a recuperação econômica e redução da pobreza”, acrescentou. O relatório mostra que o acumulado da dívida externa de países de baixa e média renda aumentou 5,3% em 2020, para US$ 8,7 trilhões, afetando Estados em todas as regiões.

O documento acrescenta que o aumento da dívida externa ultrapassou a RNB (Renda Nacional Bruta) e o crescimento das exportações, com a proporção dívida externa/RNB, excluindo a China, aumentando cinco pontos percentuais em 2020, para 42%, enquanto a proporção dívida/exportação subiu para 154% em 2020, ante 126% em 2019.

Malpass disse que os esforços de reestruturação da dívida são urgentemente necessários devido ao vencimento, no fim deste ano, da DSSI (Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, na sigla em português) do G20, que tem oferecido o diferimento temporário dos pagamentos da dívida.

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Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial, disse que os desafios que os países altamente endividados enfrentam podem piorar com o aumento dos juros.

“As autoridades precisam se preparar para a possibilidade de estresse da dívida quando as condições do mercado financeiro ficarem menos benignas, especialmente em mercados emergentes e economias em desenvolvimento”, disse ela. (Com Reuters)