Ibovespa abre em queda e acompanha preocupações com crescimento global

18 de outubro de 2021

O Ibovespa recua na abertura do pregão de hoje (18), perdendo 1,03% aos 113.463 pontos por volta das 10h10, horário de Brasília. No radar dos mercados globais, os investidores seguem atentos às perspectivas de inflação no mundo, enquanto analisam os recentes dados econômicos chineses, que levantaram novas preocupações em torno do crescimento do país. No contexto doméstico, o mercado mantém atenção às projeções econômicas para o próximo ano e aos debates em torno do teto de gastos.

O relatório Focus, do Banco Central, voltou a apresentar deterioração das estimativas para o desempenho da economia brasileira em 2021 e 2022. Além disso, tornou a elevar as projeções para a inflação para ambos os períodos, segundo o boletim divulgado nesta segunda-feira.

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O prognóstico para o crescimento do PIB em 2021 recuou a 5,01%, de 5,04% na edição anterior da pesquisa. Para 2022, a previsão caiu a 1,50%, de 1,54% na semana anterior, no segundo corte seguido de cenário.

A previsão do IPCA, por sua vez, pulou de 8,59% para 8,69% para 2021, 28ª semana consecutiva de alta. A estimativa de inflação ao consumidor para 2022, foi projetada a 4,18%, de 4,17%, na 13ª semana seguida de aumento.

Já a estimativa para o dólar foi mantida a R$ 5,20 ao fim deste ano, assim como a taxa básica de juros, que foi prevista mais uma vez a 8,25% para 2021.

Em Brasília, a agenda segue com discussões sobre o arranjo dos programas de transferência de renda do governo para o ano que vem e o impacto no teto de gastos.

O dólar recua frente ao real, com investidores repercutindo preocupações após dados mais fracos da economia chinesa, enquanto o Banco Central oferta, nesta sessão, lote menor de swaps cambiais para dar liquidez ao mercado. Às 10h10, o dólar era negociado em baixa de 1,10%, a R$ 5,4526.

Os mercados asiáticos fecharam o dia sem direção definida, em meio aos resultados econômicos chineses, que vieram abaixo das expectativas dos investidores.

O PIB do país cresceu 4,9% no trimestre de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, ritmo mais fraco desde o terceiro trimestre de 2020, e abaixo da expectativa de 5,2% da Reuters. A segunda maior economia do mundo está lutando contra a escassez de energia, gargalos de fornecimento, surtos esporádicos de Covid-19 e problemas de dívida em seu setor imobiliário.

Enquanto isso, a produção industrial da China cresceu 3,1% em setembro na comparação anual, abaixo das expectativas de 4,5% calculada por analistas ouvidos pela agência Reuters. O dado também desacelerou em relação à taxa de 5,3% de agosto.

O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,31%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,75%; o índice Shangai, na China, recuou 0,12%; e no Japão, o índice Nikkei caiu 0,15%.

Os futuros dos índices norte-americanos apontam para abertura no vermelho, após altas na última semana, apoiadas nos resultados corporativos otimistas dos grandes bancos do país. Por outro lado, os investidores do país se preocupam com as perspectivas de inflação global e com a desaceleração do crescimento da China.

Antonio Sanches, especialista em investimentos da Rico, explica que diante da alta global de preços, a política monetária em vários países pode mudar seu curso para movimentos de subida na taxa de juros. “O Fed (banco central norte-americano) não deve começar a subir os juros americanos até o começo de 2023, mas essa pressão de curto prazo gera questionamento se é possível uma antecipação da ‘mão nos juros para cima’.”

As Bolsas europeias operam em queda nesta manhã, após dados da economia chinesa abaixo do esperado além de preocupações com os preços das commodities, que alimentam temores sobre uma espiral de inflação no continente.

Enquanto isso, os operadores também aguardam por mais resultados corporativos positivos, como os relatórios com grandes lucros divulgados na semana passada por empresas norte-americanas e europeias.

O Stoxx 600 opera em queda de 0,69%; na Alemanha, o DAX recua 0,83%; o CAC 40 desvaloriza 1,02% na França; na Itália, o FTSE MIB tem baixa de 0,99%; e o FTSE 100 opera em queda de 0,50% no Reino Unido.

Os preços do petróleo operam no azul nesta segunda-feira, conforme a demanda se recupera a níveis pré-pandemia, motivada pela alta do carvão e do gás natural. Por volta das 9h50, o petróleo Brent avançava 0,90%, a US$ 85,62 por barril, enquanto o WTI subia 1,28%, para US$ 82,78 o barril. (com Reuters)