O meio para atingir o objetivo é a expansão das suas escolas de futebol pelo mundo. O clube já tem unidades em 28 países, com o método de ensino Internazionale. E o Brasil é o carro-chefe da vez. A Inter Academy Brazil chegou ao mercado brasileiro há um ano e oito meses e conta com 38 escolas instaladas e outras 32 em fase de acabamento em 13 estados. Para o fim de 2022, a meta é mais do que triplicar esse número, alcançando a marca de 300 unidades no país.
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“Licenciamos o know-how, nos certificamos de que o empresário siga o padrão da marca e cobramos nosso royalty a partir do percentual por aluno. De R$ 25 a R$ 32 por atleta. Corremos risco junto com ele. Se não tem nenhum aluno, não lucramos nada. Se tem 800, ganhamos em cima desse montante.” Para Bernardo, o modelo atrai empreendedores por conta de um investimento financeiro baixo. “Dependendo da região, uma academia com 140 alunos pode faturar de R$ 70 mil a R$ 150 mil. Em pouco tempo já é possível recuperar o capital investido”, diz.
O diretor enxerga a Inter Academy Brazil como um negócio extremamente promissor para a fase do pós-pandemia, quando as crianças voltarem a sair de casa com mais segurança. “Nossa ideia é crescer a rede para depois implantar outras linhas de receita, como eventos, campeonatos e experiências em Milão. Mas, para isso, estamos avaliando cada candidato à licenciado com muito cuidado. Não adianta ter apenas o dinheiro para o investimento inicial. Queremos pessoas com capacidade para tocar a rede”, ressalta.
Com uma lista extensa de interessados, de profissionais de educação física a apaixonados por futebol, Bernardo entende a empolgação pelo negócio. “O esporte é um veículo transformador.”
Ao focar o público jovem, a intenção da empresa futebolística é fortalecer a imagem do time de forma gradativa. “Se você veste uma camisa da Inter de Milão em uma criança, com certeza ela vai lembrar de você no futuro. Isso é um cliente com uma perpetuidade maior. Quanto mais cedo o conquistarmos, mais longeva vai ser nossa relação com ele”, destaca o diretor. Mas essa não é a única estratégia da equipe no Brasil. Em pleno “país do futebol”, a busca por talentos também faz parte do processo.
De acordo com ele, o Brasil é responsável por 11% das transferências globais de atletas de futebol, o que representou US$ 7,1 bilhões nos últimos dez anos. “As escolas de futebol no Brasil são desorganizadas, mas mesmo assim somos grandes exportadores de talentos. Um mercado gigantesco.”
Futebol à milanesa
A estrutura e a localização da unidade são fatores determinantes para a definição da mensalidade. “Temos escolas em São Paulo e Manaus. Então os preços variam de acordo com a locação do espaço. Temos escolas que cobram R$ 140, enquanto outras cobram R$ 350.” Quanto à frequência do aluno na academia, todas seguem a mesma lógica: para os mais novos, aulas duas vezes por semana. Para jogadores mais velhos, o nível de frequência pode preencher os cinco dias da semana.
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Para que todos os passos do futebol sejam ensinados, a Inter Academy Brazil conta com um processo de formação para professores. É preciso fazer o treinamento e ser certificado pelo time italiano para poder lecionar na escola.
Ele destaca a organização de campeonatos entre escolas para a observação dos talentos em campo. “Ainda estamos com um atraso por conta da pandemia, mas as academias da Inter sempre fizeram campeonatos. Daqui uns meses, nossas unidades do Brasil vão poder participar de competições nacionais, sul-americanas e até mundiais, com intercâmbio entre as academy’s ao redor do mundo.”
Os eventos serão direcionados de acordo com a idade e o nível de habilidade dos alunos. Com turmas divididas por idade, a escola atende alunos de cinco – na categoria pré-escolar – a 19 anos. “Um bom atleta precisa de habilidades motoras, e é isso que ensinamos para as crianças menores. Fazemos treinamentos com bexigas porque o tempo da bola é mais lento. É bem pedagógico. Um treinamento de base que vai fazer diferença no futuro”, aponta.
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