É o caso da Carol Souza e da Kaká Furlan, criadoras do canal UseCripto. Carol, formada em odontologia, e Kaká, em publicidade, trabalhavam juntas em uma clínica de estética própria. Até o momento que começaram a pesquisar e se aprofundar em finanças para auxiliar no desenvolvimento do negócio e conheceram as criptomoedas.
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De acordo com elas, ao pesquisar sobre o assunto, perceberam que existia muito conteúdo sobre trade, preço e oscilação das moedas digitais, mas quase nada sobre a usabilidade e o Bitcoin como moeda. Assim surgiu a ideia. “Se tem outras pessoas buscando sobre isso assim como nós, e não está encontrando esse tipo de conteúdo, então talvez a gente possa se juntar a essa galera e produzir conteúdo voltado para a educação financeira cripto”, afirmam.
No início do UseCripto, as empreendedoras levaram o projeto em paralelo com a clínica de estética. Após seis meses, perceberam que era possível viver daquilo. Venderam a clínica e hoje estão completamente imersas no mundo das criptomoedas, com quase 93 mil inscritos no canal do YouTube e 75,7 mil seguidores no Instagram.
A história da Thata Saeter não é muito diferente. A hoje educadora sobre moedas digitais no Instagram e diretora de operações da casa de análises Convex Research sempre foi apaixonada por tecnologia e começou a se interessar por esse mundo em meados de 2014. Para ela, a união do mundo da tecnologia com a economia era fascinante.
“Em 2018, percebi que era difícil ver alguém mostrando o rosto nas redes sociais em perfis que falavam de criptomoedas. As pessoas tinham medo de se mostrar, até porque na época esse meio era marginalizado pelo mercado financeiro tradicional. Assim, eu vi uma oportunidade de criar um perfil para falar sobre essa tecnologia e derrubar o misticismo em volta dos criptoativos”, contou.
Aliando a sua formação em comunicação, Saeter decidiu empreender digitalmente levando informação e conhecimento por meio das redes sociais e assim contribuir para a participação das mulheres nesse mercado, em paralelo com o trabalho na casa de análises.
Exemplos como esses trouxeram força para a entrada das mulheres no mercado das moedas digitais, atingindo também o público mais jovem, como Giovana Simão, criadora do canal no YouTube e Instagram chamado Bit das minas.
“A partir disso, caí de cabeça nos livros. Nesse momento, me deparei com uma coisa que me deixou muito chateada. Quando entramos nesse mercado, a nossa principal fonte sobre cripto é no Telegram e nesses grupos, só tem homem. Então, tudo que eu perguntava lá recebia respostas muito ofensivas e nada receptivas, o que foi me desmotivando”, conta.
Com isso, Giovana teve a ideia de criar o seu próprio grupo, o Bit das minas, com o intuito de ser uma mulher falando de moedas digitais para mulheres. De acordo com ela, ali nenhuma dúvida seria boba.
O projeto tomou proporções muito maiores do que ela imaginava. Hoje, o Instagram conta com quase oito mil seguidores, enquanto o canal do YouTube tem quase 2,3 mil inscritos, e é a fonte de renda de Giovana.
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No mundo físico, também existem mulheres empreendendo com as criptomoedas. Emilia Campos, consultora jurídica para assuntos disruptivos, achou uma forma de unir seu amor pelo direito com a sua nova paixão, os criptoativos.
“Uma vez, recebi um cliente no escritório que queria criar um fundo de investimentos em cripto e eu não fazia ideia do que aquilo significava, então comecei a estudar. Hoje, já fiz mestrado na área e me especializei muito”, conta. Apesar de Emilia não ter largado sua profissão para trabalhar com cripto, ela atende diversos clientes do ramo, dá palestras, participa de eventos e vive desse mundo.
Não diferente das outras, ao procurar conteúdos literários sobre o assunto, teve dificuldade. “Tudo que estudei era de fora do país, então sabia que eu tinha que escrever algo sobre o assunto, com um viés jurídico das criptomoedas, mas que fosse entendido por qualquer pessoa que quisesse ler”, afirma. Assim, nasceu o livro Criptomoedas e Blockchain: o Direito no Mundo Digital, que acompanha a advogada na sua jornada com as moedas digitais.
Conselhos para as iniciantes
Com grande experiência no mercado, um conselho em comum das cinco mulheres para as novatas no mercado é estudar muito antes de realizar qualquer operação de criptomoedas. O segundo é ter cautela. “Nem tudo que reluz é Bitcon”, comentam as meninas da UseCoin.
O terceiro é não acreditar em toda história que contam no mercado. Juntar o estudo com a cautela e mirar nas oportunidades que realmente são boas. “Não entre de cabeça em oportunidades que prometem rentabilidades astronômicas. Estude e avalie se aquilo faz sentido para você”, aconselha a criadora do Bit das minas.