A Administração de Ciberespaço da China (CAC) pediu ao comando da empresa, que no Brasil é dona da 99, que retirasse as ações da bolsa por receios de vazamento de dados confidenciais, disse uma das pessoas.
O órgão também quer que a companhia se comprometa a resolver a questão do fechamento de capital dentro de um determinado período de tempo, disse a pessoa. O regulador afirmou, de acordo com uma fonte, que o pré-requisito para o relançamento de aplicativos da empresa na China, incluindo o de carona, é que a Didi concorde com a deslistagem em Nova York.
Em julho, a CAC ordenou que as lojas virtuais removessem 25 aplicativos operados pela Didi – poucos dias depois de a empresa listar suas ações em Nova York. O órgão também solicitou à Didi que parasse de registrar novos usuários, citando a segurança nacional e o interesse público. A Reuters informou no início deste mês, citando fontes, que a Didi está se preparando para relançar seus aplicativos no país até o final do ano, prevendo que a investigação de segurança cibernética sobre a empresa estaria encerrada até então.
Nem a Didi nem a CAC responderam aos pedidos de comentários da Reuters. O pedido dos reguladores para a deslistagem daDidi foi noticiado mais cedo pela Bloomberg. As ações de investidores da empresa, SoftBank Group e Tencent Holdings caíram mais de 5% e 3,1%, respectivamente, após a notícia.
O SoftBank Vision Fund detém 21,5% da Didi, seguido pela Uber, com 12,8%, e pela Tencent, que possui 6,8% de participação, de acordo com um documento divulgado em junho pela empresa.
Até a última quinta-feira, as ações da Didi caíam 42% desde o IPO, para 8,11 dólares.
A empresa entrou em conflito com as autoridades chinesas quando avançou com sua listagem em Nova York, apesar dos pedidos para que suspendesse a operação enquanto uma revisão de segurança cibernética de suas práticas de dados era conduzida, disseram fontes à Reuters.
Logo depois, a CAC iniciou uma investigação sobre a Didi por coleta e uso de dados pessoais. O órgão afirmou que os dados foram coletados ilegalmente.
As gigantes de tecnologia da China estão sob intenso escrutínio do Estado, diante de questões de monopólio e gerenciamento de vastos dados de consumo, enquanto o governo tenta controlar o domínio das empresas, após anos de crescimento irrestrito.
(Com Reuters)