O Ministério da Economia projetou nesta segunda-feira que a dívida bruta fechará 2021 em 80,6% do Produto Interno Bruto (PIB), melhora frente ao patamar de 88,8% em 2020.
Nos cálculos do Tesouro, a dívida bruta alcançará 76,6% do PIB em 2030. Apesar de ter classificado a trajetória como um retorno gradual ao nível pré-crise de Covid-19, o patamar ainda seguirá mais alto que o nível de 74,3% do PIB observado em 2019.
Em relatório semestral específico sobre o tema, o Tesouro afirmou que o comportamento decrescente visto para a dívida bruta decorre do crescimento do PIB nominal, e também do efeito da obtenção de superávits primários a partir de 2024.
Para suas projeções, o Tesouro usou um superávit primário médio de 0,5% do PIB entre 2022 a 2030.
Para aproximar a dívida bruta brasileira da média dos países emergentes até 2030, seria necessário que o superávit primário médio fosse bem superior: 1,9% ao ano.
Desde 2014 o Brasil fecha as contas no vermelho, com receitas insuficientes para fazer frente às despesas primárias, que excluem os gastos com pagamento de dívida pública.
No relatório, o Tesouro fez um duro alerta sobre a importância de o governo prosseguir no caminho das reformas para a consolidação fiscal e o crescimento sustentado.
“Em um cenário de juros mais altos e de menor PIB, de forma estrutural, o esforço fiscal necessário para reduzir a dívida será significativo e, em algumas combinações, até mesmo inviável na magnitude necessária”, disse.
EFEITO DO APERTO MONETÁRIO
Diante da perspectiva de aumento na Selic para conter a inflação, o Tesouro calculou que o déficit nominal –que inclui o pagamento dos juros sobre a dívida pública– subirá a 7,6% do PIB em 2022, de 4,9% do PIB este ano.
Segundo o Tesouro, a tendência depois do próximo ano é que o déficit nominal passe a cair, até atingir 4,2% do PIB em 2030.
(Com Reuters)