Ações da chinesa de inteligência artificial SenseTime salta até 23% na estreia em Hong Kong

30 de dezembro de 2021
REUTERS_Aly Song

No escritório da SenseTime, em Xangai, na China, é tempo de comemoração

As ações da SenseTime, startup de inteligência artificial tida como a de maior valor do mundo, subiram até 23% em relação ao preço de seu IPO, hoje (30), adicionando bilhões de dólares ao valor de mercado da startup que estreou na bolsa de Hong Kong.

A empresa chinesa levantou US$ 740 milhões em seu IPO (oferta pública inicial de ações), que saiu a US$ 3,85 de Hong Kong (US$ 0,4937) por ação.

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A transação avaliou a SenseTime em US$ 16,4 bilhões, enquanto na máxima da sessão esse valor de mercado foi elevado em mais cerca de US$ 3,8 bilhões.

A ações da companhia fecharam a US$ 4,13 de Hong Kong em sua sessão de estreia, 7,3% acima do patamar do IPO. O papel foi o quinto mais negociado em volume, com 329,97 milhões de ações trocando de mãos.

O Índice Hang Seng subiu 0,11%, enquanto as ações de tecnologia em Hong Kong tiveram desempenho marginalmente positivo no dia. O IPO da SenseTime foi o quinto maior de Hong Kong em 2021, segundo os dados da Dealogic.

DEMANDA FRACA

A SenseTime vendeu 1,5 bilhão de ações no IPO. A companhia adiou sua primeira tentativa de lançar ações em 13 de dezembro, depois de ser colocada em uma lista de sanções dos Estados Unidos, no momento em que os compromissos de aquisição de ações estavam sendo concluídos com os investidores.

O Tesouro dos EUA adicionou a SenseTime a uma lista de “empresas do complexo militar-industrial chinês” em 10 de dezembro, acusando-a de ter desenvolvido um programa de reconhecimento facial para determinar etnia, com foco na identificação de uigures.

Embora a SenseTime tenha dito que sua inclusão na lista de sanções não impôs nenhuma restrição às suas operações comerciais, a medida significava que os investidores americanos não poderiam participar do IPO.

A SenseTime relançou a oferta em 20 de dezembro, mas com uma participação mais alta de investidores âncora.

Esses investidores, todos instituições chinesas, compraram cerca de 67% das ações no IPO, acima dos 58% de participação sinalizada na primeira tentativa da empresa.

Os investidores institucionais fizeram pedidos de apenas 1,5 vez a quantidade de ações à venda na tranche internacional, mostram os registros regulatórios da bolsa de Hong Kong.

Analistas disseram que essa foi uma das taxas de adesão mais baixas para um grande operação em Hong Kong este ano.