Bolsa brasileira bate recorde de IPOs em 2021; veja as ações que mais valorizaram

28 de dezembro de 2021
Divulgação/B3

A Raízen protagonizou um dos maiores IPOs do ano; abertura de capital movimentou R$ 6,9 bilhões

Os IPOs (ofertas públicas iniciais) costumam movimentar os mercados e em 2021 não foi diferente. O número de novas empresas na Bolsa de Valores praticamente dobrou de 2020 para 2021, quando bateu o recorde de 28.

Desta vez, a B3 contou mais de 40 IPOs no período de janeiro a dezembro de 2021, que trouxeram números fortes, como os da Raízen (RAIZ4), que movimentou R$ 6,9 bilhões.

“O ano de 2021 teve o maior número de empresas que estrearam na Bolsa desde 2007. Por outro lado, em relação à performance, quase 75% dessas companhias tiveram retornos negativos até o momento, muito por conta do cenário fiscal brasileiro que prejudicou o mercado como um todo”, diz Daniel de Paula, sócio da Nexgen Capital.

Entre as maiores valorizações das empresas que abriram capital neste ano está a Intelbras (INTB3), fabricante de produtos e soluções em segurança, que viu suas ações subirem 73,3% desde o IPO de 4 de fevereiro. A ação estreou a R$ 15,75 e, no fechamento do dia 22 de dezembro, estava em R$ 27,36.

A segunda maior alta ficou com os papéis da empresa de fertilizantes Vittia (VITT3), que foi a última a estrear na B3 este ano, em setembro. A ação subiu 53,9%, passando de R$ 8,6 para R$ 13,24.

Ocupando a terceira posição, as ações da Boa Safra (BOAS3), companhia de agronegócio, subiram 53,6% desde a abertura, em 29 de abril. Os papéis estavam cotados a R$ 15,21 em 22 de dezembro, ante os R$ 9,9 do primeiro pregão.

Maiores quedas

Do lado contrário, a ação que mais perdeu desde o IPO foi a Mobly (MBLY3), de móveis, com queda de 77,2%. O papel, que foi precificado a R$ 21, custava R$ 4,77 no fechamento do dia 22.

Em seguida, temos os papéis da Dotz (DOTZ3), empresa de programa de fidelidade, que despencaram 77,1%, passando de R$ 13,2 para R$ 3,01.

O terceiro lugar ficou para a Westwing (WEST3), que também é voltada para o setor de móveis. As ações da empresa caíram 74,8% desde a abertura, em 11 de fevereiro.

As mais esperadas

Algumas empresas trouxeram grande expectativa para o mercado ao anunciar a abertura na bolsa, como foi o caso da Caixa Seguridade (CXSE3), Raízen, CSN Mineração (CMIN3) e Vamos (VAMO3).

No balanço do ano, as quatro companhias fecharam em queda. A Caixa Seguridade caiu 15,6% e fechou a R$ 8,16; a Raízen recuou 21,8% no período, a R$ 5,66; a CSN Mineração encerrou em queda de 21,6%, a R$ 6,66; e a Vamos acumulou perda de 52,7%, a R$ 12,28.

Perspectivas para os IPOs em 2022

No ano que vem, o sócio da Nexgen Capital acredita que o cenário deve ser diferente. “O número esperado de IPOs pode ser consideravelmente menor frente a 2021, uma vez que a volatilidade esperada no mercado brasileiro por conta do ano eleitoral, junto a uma possível piora do quadro fiscal brasileiro e ao aumento das taxas de juros EUA, podem deixar o mercado acionário menos atrativo que o mercado de renda fixa, por exemplo”, afirma.

Para ele, é necessário ficar de olho, já que apenas 68 empresas cancelaram ou adiaram o IPO, o que indica que, caso o cenário melhore, a demanda das empresas pela abertura de capital pode voltar.