O principal índice da bolsa brasileira subiu hoje (27), depois de duas quedas consecutivas, acompanhando o desempenho positivo das bolsas no exterior e ainda sob influência de uma liquidez baixa por conta dos feriados de final de ano.
O setor de varejo foi destaque positivo tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, em meio a notícias sobre crescimento de vendas no final de ano.
Petrobras foi a maior contribuição positiva para o índice, enquanto Vale ficou na ponta oposta.
O Ibovespa subiu 0,63%, para 105.554,40 pontos. O volume financeiro foi de R$ 15,8 bilhões, abaixo da média das primeiras sessões de dezembro, de entre R$ 27 bilhões e R$ 33 bilhões.
Depois de duas sessões destoando do desempenho positivo dos principais índices acionários dos EUA, o Ibovespa voltou a pegar carona no otimismo de final de ano de Wall Street e subiu por praticamente todo o pregão de hoje.
Os números ajudaram a compensar as perdas dos papéis de companhias aéreas, após o cancelamentos de milhares de voos internos, para ou dos EUA por conta do crescimento de infecções por Covid-19 entre tripulantes e pilotos.
Na Europa, o índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,62%.
O varejo também esteve nas manchetes no Brasil, principalmente dada a disparada das ações de Magazine Luiza e de Via, com ganhos de 9,4% e 8%, respectivamente.
Os papéis de varejistas estão entre as maiores quedas do Ibovespa no ano, diante do impacto nos negócios de uma taxa de juros maior, uma inflação alta e maior competição no comércio eletrônico no país.
De pano de fundo, a pesquisa semanal Focus do Banco Central com economistas divulgada hoje mostrou redução leve nas projeções de inflação para este ano e estabilidade para o ano que vem — embora as estimativas para o Produto Interno Bruto do país (PIB) tenham piorado para os dois casos.
Destaques
– MAGAZINE LUIZA ON disparou 9,4%, VIA ON escalou 8%, enquanto AMERICANAS ON subiu 3,8%, com as vendas do período de final de ano no radar. De acordo com indicador da Cielo, as vendas do varejo no Natal cresceram 11,1% em relação a igual período do ano passado. Notícias sobre vendas de Natal no setor de shoppings e relatórios de associações setoriais sobre perspectivas para o varejo em 2022 foram citadas por analistas como influências para alta na sessão. Além disso, o conselho do Magazine Luiza aprovou a emissão de R$ 2 bilhões em debêntures.
– PETROBRAS PN subiu 1,5% e ON avançou quase 2%, após preços do petróleo Brent subirem mais de 3%, para 78,60 dólares o barril, máximo patamar em mais de um mês, com leitura de que impactos da variante Ômicron na demanda serão limitados. PETRORIO ON avançou 4,9%.
– REDE D’OR ON e QUALICORP ON subiram 4,8% e 4,9%, respectivamente, após queda nas últimas duas sessões.
– VALE ON caiu 0,3%, enquanto CSN ON avançou 1,1%, USIMINAS PN apontou ganhos de 1,2% e GERDAU PN teve alta de 0,9%. Futuros do minério de ferro recuaram na Ásia.
– AZUL PN caiu 3% e GOL PN recuou 2,1%, em meio à queda de papéis de companhias aéreas nos EUA por conta de cancelamentos de voos naquele país.
– MARFRIG ON reverteu alta inicial e caiu 2%, JBS ON cedeu 0,7%, BRF ON recuou 1,7% e MINERVA ON teve queda de quase 1%.
– BANCO PAN PN e ASSAÍ ON caíram 3,2% cada e estiveram entre outros destaques de baixa.
– ÔMEGA ENERGIA ON, que não está no Ibovespa, caiu 3,1% em sua estreia na bolsa, após reorganização societária que resultou na incorporação da Ômega Geração.
Wall Street
O índice S&P 500 fechou em máxima recorde hoje, a quarta sessão consecutiva de ganhos. O movimento foi impulsionado por vendas no varejo que ressaltaram a força da economia dos EUA e diminuíram preocupações com os cancelamentos de voos causados pela variante Ômicron.
O rali é o mais longo desde uma sequência de oito dias que terminou em 8 de novembro.
Dólar
O dólar emendou a quarta queda ante o real hoje, fechando na mínima em mais de duas semanas, com investidores captando o dia otimista nos mercados externos após dados nos EUA sugerirem força da economia a despeito da variante Ômicron da Covid-19.
O dólar negociado no mercado à vista caiu 0,43%, a R$ 5,6393 na venda, menor patamar desde o último dia 10 (R$ 5,6136).
A cotação, assim, reverteu alta de mais cedo, quando chegou a subir 0,78%, a R$ 5,7073, ficando acima da linha psicológica de R$ 5,70.
Por ser exportador de produtos básicos, o Brasil tem seus mercados financeiros sensíveis aos movimentos desses ativos. No fechamento, o Brent, referência para a Petrobras, saltou 3,23%, a 78,60 dólares por barril. As ações preferenciais da petrolífera brasileira subiam 1,2% às 17h18 (de Brasília) na B3.
De toda forma, receios sobre a variante Ômicron do coronavírus continuam a ocupar lugar de destaque na lista de preocupações de investidores globais, cujo temor também inclui riscos de inflação mais alta e consequente aperto mais acelerado das políticas monetárias.
No Brasil, a última semana do ano reserva dados fiscais, que na margem devem vir melhor que o esperado.
O real, aliás, segue como a moeda emergente relevante mais volátil fora a lira turca, está envolvida em uma profunda crise de confiança.
Em quatro quedas até esta segunda, o dólar perdeu 1,84% ante o real. A moeda norte-americana não cedia por quatro pregões seguidos desde as mesmas quatro quedas entre 20 e 25 de agosto. Além da recuperação do humor externo, a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio, com ofertas de liquidez, também fez preço.