Bolsa de Valores hoje: Ibovespa abre em baixa com clima de cautela no exterior

28 de janeiro de 2022

O Ibovespa opera em queda de 0,28% na abertura do pregão de hoje (28), a 112.298 pontos perto das 10h30, horário de Brasília. No Brasil, os investidores acompanham a divulgação de dados dos índices IGP-M e IPA, além da taxa de desemprego do país, que registrou queda. No cenário internacional, as atenções seguem voltadas para as repercussões da política monetária do Fed.

O dólar recua 0,34% ante o real por volta das 10h30. A moeda era negociada a R$ 5,4044.

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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,82% em janeiro, dando início a 2022 com aceleração da alta ante taxa de 0,87% em dezembro, mostraram dados divulgados hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado leva o índice a acumular nos 12 meses até janeiro alta de 16,91%.

A FGV informou que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, teve avanço de 2,30% no mês, depois de subir 0,95% em dezembro.

“A inflação ao produtor segue espalhada. Os preços dos bens de investimento subiram 2,07%, ante 0,78%, em dezembro de 2021. Já os preços de materiais e componentes para manufatura avançaram para 1,33%, depois de subirem 0,40% no mês passado”, explicou o coordenador dos índices de preços, André Braz.

A confiança do setor de serviços iniciou 2022 em seu menor patamar em oito meses, com a mais recente onda de Covid-19 agravando uma tendência de desaceleração dos últimos meses, de acordo com a FGV.

Em janeiro, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 4,3 pontos, para 91,2 pontos, mínima desde maio de 2021. Essa foi sua terceira baixa mensal consecutiva e a queda mais intensa desde março de 2021, onde atingiu 5,6 pontos.

“O resultado negativo deste mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia.”, explicou em nota o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler.

A taxa de desemprego no Brasil voltou a recuar no trimestre finalizado em novembro, atingindo o nível mais baixo desde o início de 2020, em meio à sazonalidade de fim de ano. Por outro lado, a renda real dos trabalhadores chegou à mínima da série histórica.

A taxa calculada pela Pnad Contínua foi a 11,6% nos três meses até novembro, ante os 12,1% do trimestre até outubro, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, banco central dos EUA, anunciou um aumento da taxa de juros em março ao fim de sua reunião desta semana, mas o ritmo pode permanecer nebuloso, na visão das autoridades do país. Para eles, é preciso acompanhar como a inflação, a pandemia de coronavírus e a economia em geral reagirão nos próximos meses.

Nesse ambiente, ex-autoridades do Fed disseram que pode ser difícil – e até imprudente – da parte do Fed se vincular a promessas para o futuro baseadas no passado. Palavras como “gradual” já foram usadas em declarações de política monetária do Fed para transmitir expectativas de aumentos de juros a cada trimestre, o que preocupa os economistas.

Na Ásia, o mercado acionário da China fechou em mínimas de 16 meses hoje, ampliando as perdas mesmo com os jornais estatais e fundos tentando acalmar os investidores após forte liquidação na sessão anterior.

O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,08%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,13%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,97%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 2,09%.

Na Europa, a confiança econômica se deteriorou em janeiro, mostraram dados divulgados hoje, pressionados por um sentimento mais pessimista nos importantes setores da indústria e serviços. O indicador de sentimento econômico da Comissão Europeia caiu a 112,7 pontos em janeiro, ante 113,8 em dezembro.

Por volta das 10h30, o Stoxx 600 perdia 2,15%; na Alemanha, o DAX cai 2,56%; o CAC 40 em queda de 2,46% na França; na Itália, o FTSE MIB recua 2,19%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 1,75% no Reino Unido.

Commodities

Os preços do petróleo subiam na manhã de hoje, caminhando para o sexto ganho semanal consecutivo, à medida que as tensões geopolíticas continuam a aumentar as preocupações com a oferta.

O petróleo Brent subia US$ 0,91, ou 1,02%, a US$ 90,25 por barril, após atingir R$ 91,04 ontem, seu maior nível desde outubro de 2014.

O minério de ferro de Dalian subiu mais de 7% hoje e estava a caminho de registrar seu maior ganho semanal desde meados de dezembro, impulsionado por uma combinação de esperanças de que a flexibilização monetária intensificada da China estimula a demanda e os temores sobre as perspectivas de oferta apertada.

O contrato de maio mais negociado da matéria-prima siderúrgica na bolsa de commodities de Dalian encerrou a sessão diurna em alta de 7,6%, a 829 iuanes por tonelada, depois de ter atingido 830 iuanes, seu valor mais alto desde 31 de agosto. (Com Reuters)