O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA aumentou a uma taxa anualizada de 6,9% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio hoje (27) em sua estimativa preliminar do PIB, após um ritmo de crescimento de 2,3% no terceiro trimestre.
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A economia cresceu 5,7% em 2021 como um todo, desempenho mais forte desde 1984. Ela havia registrado contração de 3,4% em 2020, maior queda em 74 anos.
O crescimento no ano passado foi alimentado por estímulos fiscais massivos, assim como juros muito baixos. O ímpeto, no entanto, parece ter desacelerado em dezembro em meio a um surto de infecções por Covid-19, impulsionado pela variante Ômicron, que contribuiu para reduzir os gastos e interromper a atividade em fábricas e empresas de serviços.
O crescimento robusto do ano passado apoia o pivô do Federal Reserve, o banco central dos EUA, em direção a elevação dos juros em março.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse a repórteres ontem (26), após reunião de política monetária de dois dias, que “a economia não precisa mais de níveis altos e sustentados de apoio da política monetária” e que “em breve será apropriado aumentar” os juros.
A forte recuperação do crescimento no ano passado pode oferecer algum ânimo ao presidente Joe Biden, cuja popularidade tem caído em meio a uma agenda econômica doméstica paralisada, após o Congresso dos EUA não aprovar seu projeto investimento de US$ 1,75 trilhão.
É TUDO SOBRE ESTOQUES
O investimento em estoques foi responsável pela maior parte da expansão do crescimento do PIB dos EUA no quarto trimestre. Empresas haviam sofrido redução nos estoques desde o início de 2021. Os gastos mudaram de serviços para bens durante a pandemia, gerando um “boom” de demanda que pressionou as cadeias de suprimentos.
A redução do poder de compra das famílias, com a inflação bem acima da meta de 2% do Fed, também impactou os gastos do consumidor no final do quarto trimestre.
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O surto de infecções por coronavírus com a variante Ômicron também impactou o mercado de trabalho, embora isso deva ser temporário. Empregadores estão desesperados por trabalhadores, com 10,6 milhões de vagas em aberto nos EUA no final de novembro.