A empresa, porém, não é o primeiro negócio bem-sucedido dos dois.
Em 2014, Dubugras e Francheschi lançaram a Pagar.me, de pagamentos online. A ideia saiu do papel só dois meses depois de eles se conhecerem no Twitter por causa de uma discussão sobre qual editor de texto era melhor na hora de programar.
A pouca idade dos dois – Dubugras tinha 19 e Francheschi, 18 – acabou se tornando uma vantagem.
“Como éramos muito novos, conseguimos a atenção de muita gente que provavelmente não daria tanta bola se fôssemos mais velhos. O negócio era diferente e novo, o que fez o pessoal querer ajudar. Os clientes muitas vezes ficavam com o pé atrás, mas como o software era bom, acabou que deu certo”, conta Dubugras.
A startup logo chamou a atenção de André Street, co-fundador da Stone, que fez um aporte por meio da Arpex Capital e tornou-se mentor do par.
Quando a Pagar.me completou três anos, os sócios foram aprovados para estudar em Stanford, na Califórnia, e decidiram vender a empresa para a já parceira Stone.
“Na época, não existia nenhum unicórnio brasileiro, então na nossa cabeça não tinha como criar uma empresa tão grande por aqui”, diz Dubugras sobre a decisão de deixar o país.
A vida universitária não durou muito tempo. Os dois cursaram um ano de programação e decidiram trocar as aulas por uma nova empresa, a Brex.
Assim como a Pagar.me, a Brex logo atraiu investidores. Os valores das rodadas de financiamento foram crescendo até a mais recente atingir US$ 300 milhões e levar Dubugras e Franceschi enfim ao ranking de bilionários da Forbes.
Empreendendo no Brasil e nos Estados Unidos
Dubugras diz que a experiência de empreender nos EUA – a Brex é sediada em São Francisco, na Califórnia – é bastante diferente da que teve com a Pagar.me no Brasil.
Ele conta que, logo no início da Brex, a empresa conseguiu contratar um CFO com experiência. “No Brasil, tem muitos profissionais que só trabalharam em grandes empresas. Nos EUA tem gente que ficou a vida toda em startups. Assim, é muito mais fácil crescer mais rápido.”
A burocracia completa a lista de obstáculos que a dupla teve que superar na primeira empresa. Dubugras conta que, nos EUA, ele e o sócio tiveram menos preocupações e conseguiram “passar 100% do tempo pensando no produto”.
“No Brasil, por um lado, é mais difícil, mas tem muita oportunidade, porque muitas ideias ainda não foram exploradas”, diz ele. “Comece tentando.”