Os números incluem, portanto, dados da última semana de fevereiro e o primeiro dia de março, justamente o período de início da invasão da Ucrânia pela Rússia, evento que provocou uma disparada na volatilidade global e empurrou o rublo para uma queda livre que levou a divisa a mínimas recordes sequenciais.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
A moeda brasileira tem se destacado, entre outros motivos, por ser vista como potencial beneficiada do rali das commodities, pelos juros elevados e também pela percepção de que parte do fluxo antes destinado à Rússia poderia se direcionar ao Brasil – ambos os países têm, por exemplo, PIBs de tamanho similar.
O real sobe 9,5% ante o dólar no acumulado do ano, melhor desempenho entre as principais moedas globais.
Nos sete dias até 1º de março, os especuladores na CME compraram, em termos líquidos, 26.003 contratos futuros de real – terceiro maior volume já registrado. Os dados foram compilados pela CFTC, agência de mercados futuros dos EUA.
Em quatro semanas consecutivas foram 63.801 contratos na forma de compras líquidas da moeda brasileira – maior número para uma série de quatro dias já contabilizado.
VEJA TAMBÉM: Shell anuncia que vai parar de comprar petróleo e gás da Rússia
Ao mesmo tempo, o rublo sofreu vendas líquidas na CME, com especuladores desmontando 9.843 contratos futuros da moeda russa – maior liquidação desde setembro de 2020.
Na semana em que especuladores se desfizeram em massa dos contratos, a moeda russa despencou 25,2% ante o dólar no mercado interbancário. Entre a mínima de pouco antes do início da guerra e a máxima posterior, a desvalorização chegou a 50,5%.
Enquanto o rublo entrava em queda livre, outras moedas emergentes, assim como o real, atraíram compras.
Especuladores fizeram o maior aporte no peso mexicano na semana desde dezembro passado, com as apostas de alta da moeda batendo máximas desde março de 2020, quando o mundo iniciou o mergulho na crise da pandemia. O rand sul-africano também recebeu novos investimentos.