O Indicador de Condições Financeiras (ICF) – que tenta capturar o efeito dos preços dos ativos financeiros sobre a atividade medida pelo IBC-Br – está “ligeiramente positivo”, de acordo com relatório assinado por Marcelo Gazzano e Myriã Bast.
Os profissionais explicam que, como as condições financeiras levam algum tempo para impactar efetivamente a economia real, os dados de março são indicações do comportamento da atividade em meados do ano.
“Em resumo, os preços de ativos no atual nível não são compatíveis com uma contração da atividade, pelo menos até o primeiro semestre de 2022″, disseram.
“Pelo contrário, esse choque vindo dos preços mais elevados das commodities tende a favorecer a economia, a despeito da pressão sobre a inflação e, mais adiante, sobre a taxa de juros. Essa sinalização está de acordo com nosso cenário de crescimento moderado do PIB nos dois primeiros trimestres deste ano“, acrescentaram Gazzano e Bast.
Os ativos brasileiros – bastante correlacionados às perspectivas para as commodities, uma vez que o Brasil é um grande exportador de insumos diversos – têm se destacado globalmente neste ano. O real apreciava quase 9% ante o dólar, enquanto no período o principal índice das ações brasileiras subia 5,2%.