O executivo afirmou que a empresa pretende lançar 16 novos modelos de veículos e mais sete elétricos e híbridos na região até 2025, para impulsionar as marcas francesas Peugeot e Citroen sem perder de vista a liderança de mercado obtida com Fiat e Jeep.
“Estamos trabalhando para isso…ainda não temos um cronograma definido para chegada ao mercado (do modelo híbrido a etanol no Brasil), mas poderia não ser tão longe assim…Lá para 2025, se tudo der certo, a gente poderia começar a propor esse tipo de tecnologia”, disse Filosa ao ser questionado sobre eventual lançamento em 2026.
Filosa afirmou que a Stellantis prepara o lançamento de uma nova marca para a região – atualmente o grupo trabalha com sete marcas de veículos na América do Sul – mas ele não confirmou se seria a Alfa Romeo, de modelos de luxo.
“Vocês vão saber este ano ainda. Começa com “A”, mas não é Alfa Romeo”, brincou o executivo. No portfólio de marcas da Stellantis, a outra marca que tem a letra “A” como inicial é a italiana Abarth, de preparação de veículos para alto desempenho.
Segundo ele, em 2021, a Stellantis teve um lucro operacional (Ebitda) ajustado de R$4,8 bilhões na América do Sul, após break even em 2020. A receita na região somou R$59,2 bilhões, de um total faturado no mundo de R$842 bilhões.
O grupo encerou fevereiro com uma participação de mercado no Brasil de 39,9%, equivalente a uma venda de 80.675 veículos e a um ganho de 5,4 pontos percentuais sobre 2021. O país não é o maior mercado para a Stellantis, mas é o local onde a empresa tem a maior fatia de mercado no mundo.
Filosa afirmou que se mantém “otimista” sobre o mercado brasileiro, esperando crescimento para 2022, mas preferiu não cravar um número, diante das incertezas envolvendo a crise de oferta de componentes para produção de veículos, eventuais novas ondas de Covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia.
Em dezembro, o executivo estimou que as vendas de veículos leves no país deveriam subir 10% este ano. A associação de montadoras, Anfavea, estimou em janeiro alta de cerca de 8%.
Em janeiro, por exemplo, contratos de fornecimento de aço para o setor automotivo tiveram seus preços reajustados em 60% pelas siderúrgicas locais.
“A redução (do IPI) chegou num momento muito bom”, disse ele. “Vai ajudar a recuperar volumes de vendas nos médio a longo prazos…Mas no curto prazo, é mais provável que isso ajude a compensar o que seria um aumento maior dos preços (dos veículos)”, disse o executivo.
Questionado sobre se a redução do IPI poderia impulsionar as vendas, ele afirmou que atualmente “as vendas dependem da produção e a produção depende das cadeias de valor (de autopeças) que ainda não estão regulares”, disse Filosa. “Neste momento, não está faltando cliente.”
Sobre o comportamento das vendas de veículos em outros mercados da América do Sul em 2022, Filosa afirmou que espera que a Argentina fique “mais ou menos estável” e que Chile e demais países deverão “crescer um pouco mais” que o Brasil.