BNP Paribas passa a ver inflação de 10% no Brasil em 2022; conta para 2023 sobe a 5%

3 de maio de 2022

A escalada na inflação em 2021 ajudou a aumentar os ganhos de arrecadação do governo

Bruno Domingos/Reuters

o banco francês vê as taxas de inflação do Brasil bem acima do centro das metas oficiais

O BNP Paribas elevou sua projeção para a alta do IPCA neste ano em 1,5 ponto percentual, a 10,0%, prevendo impacto mais forte e duradouro de pressões inflacionárias já contempladas em cenário anterior.

A estimativa de inflação de dois dígitos neste ano veio acompanhada de alta de 0,5 ponto em seu prognóstico para o avanço do IPCA em 2023, a 5,0%. Dessa forma, o banco francês vê as taxas de inflação bem acima do centro das metas oficiais, que são de 3,5% para 2022 e 3,25% para o ano seguinte, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

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“Esperamos pressão dos mesmos setores (apontados na última revisão de cenário), mas com impacto mais forte e duradouro”, afirmou o BNP em relatório assinado por Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para América Latina, e Laiz Carvalho, economista para Brasil.

Entre os fatores de pressão, o credor privado citou a disparada dos custos de combustíveis e alimentos, interrupções contínuas na cadeia global de abastecimento e a previsão de que o setor de serviços doméstico repassará a desancoragem das expectativas de inflação para os preços.

O BNP ainda espera que a taxa Selic chegará a 14,25% até o fim deste ano e encerrará 2023 em 10,50%, mas disse que vai esperar o próximo comunicado de política monetária do Banco Central para determinar novas previsões.

A autarquia começa nesta terça-feira seu encontro de dois dias, com ampla expectativa de que os juros básicos subam em 1 ponto percentual, para 12,75%.