O dólar à vista registrou variação positiva de 0,02%, a R$ 4,7542, após variar de R$ 4,7805 (+0,58%) a R$ 4,698 (-1,16%).
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O dia foi de dólar forte ante moedas do G10 e com desempenho misto em comparação a emergentes, após a inflação recorde na zona do euro reavivar temores sobre risco de aperto mais contundente da política monetária por BCs de países centrais, o que poderia frear sobremaneira a expansão econômica mundial, com repercussões negativas para mercados emergentes como o Brasil.
Ainda assim, em maio o dólar recuou 3,83% ante o real, maior queda desde março (-7,63%) e a mais forte para o mês desde 2009 (-10,26%). O real teve o terceiro melhor desempenho mensal entre alguns de seus principais pares emergentes, atrás de rublo russo (+16,5%) e peso colombiano (+5,1%).
A trajetória de maio, no entanto, foi tortuosa. O dólar chegou a acumular alta de 4,29% no mês até o dia 9, quando globalmente investidores sentiam a pressão de juros mais altos em meio a preocupações sobre a China.
Sobre o próximo mês, junho historicamente é de queda do dólar. Desde 2003 a moeda recuou em 14 ocasiões e subiu em cinco. O dia 15 será particularmente importante, quando tanto o banco central norte-americano quanto o brasileiro anunciarão decisões de política monetária com potencial de mexer com os cenários traçados até aqui por analistas.
O economista-chefe do BV, Roberto Padovani, ponderou que sua expectativa é de dólar forte no mundo com juros em alta e crescimento mais fraco, o que teoricamente pressiona para baixo os preços das commodities, cuja escalada esteve por trás da valorização recente do real. “Essa combinação em tese mais do que compensa os juros elevados do Brasil”, disse.
Padovani vê dólar de R$ 5,50 ao fim do ano, alta nominal de 15,69% na comparação com o fechamento desta terça.
O Citi passou a ver recentemente dólar mais alto ao fim do ano, em R$ 5,27 (+10,85% contra o encerramento desta terça), de R$ 5,19 da estimativa anterior, citando motivos semelhantes. “As incertezas domésticas podem escalar à medida que nos aproximamos da eleição presidencial” de outubro, disseram em relatório Leonardo Porto, Paulo Lopes e Thais Ortega.
Em 2022, o dólar cai 14,70% (em termos nominais), o que deixa a moeda brasileira com a melhor performance entre 33 rivais da divisa norte-americana.
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