Volatilidade na Bolsa de Valores: entenda como usar a seu favor

25 de maio de 2022
boonchai wedmakawand / Getty Images

A volatilidade é um dos componentes do funcionamento do capitalismo, e está presente em tudo – lei da oferta e procura, lembra?

Volatilidade é um termo que, mais do que nunca, tem estado presente no cotidiano de quem investe em renda variável. Questões geopolíticas, econômicas, socioambientais, fatos específicos dentro de setores da economia acontecem o tempo todo, e o mercado reage positiva ou negativamente a cada uma delas.

Via de regra, essa reação nos preços das ações não é algo que acontece do dia pra noite, pois o mercado sempre antecipa tendências.

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A antecipação nada mais é do que expectativas predominantes fazendo força compradora ou vendedora sobre os papéis e, quando uma tendência finalmente se consuma ou se anula, essas expectativas se confirmam ou se frustram, e isso determina a queda ou a alta da Bolsa em boa parte das situações do dia a dia.

Esse movimento apenas ratifica algo que já sabemos: não dá para prever o futuro. Ninguém pode afirmar que sabe o que irá acontecer com os preços na Bolsa de Valores. O que é possível fazer, é analisar probabilidades e agir a partir delas. Contudo, não há nenhuma garantia de que tais probabilidades se confirmem, e isso explica porque existe volatilidade no mercado financeiro.

A volatilidade é perigosa para o investidor?

A volatilidade é um dos componentes do funcionamento do capitalismo, e está presente em tudo – lei da oferta e procura, lembra? Na Bolsa de Valores funciona da mesma forma. Por isso, será a sua habilidade em lidar com a volatilidade que irá definir se ela será boa ou ruim para seus investimentos.

Se você investe em renda variável, precisa aceitar que altas e baixas são normais, portanto, sua decisão de entrar e sair de investimentos não pode ter apenas a volatilidade como critério.

Nesse gráfico de retorno do Ibovespa desde o ano de sua criação, você pode notar que as altas são prevalentes, mesmo havendo 46% dos anos em que o índice esteve em baixa.

Estou usando de forma ilustrativa o Ibovespa para reforçar duas coisas: a volatilidade sempre estará presente e, ainda assim, numa linha do tempo longa, os ganhos superam as perdas.

Você gosta de comprar caro ou barato?

Se você está montando sua carteira de ações, eu imagino que você deseja que ela seja cada vez maior, correto? E tendo como meta aumentar o tamanho da carteira, a cada novo aporte, você fica mais feliz quando seu dinheiro dá para comprar 100 ou 200 ações?

A resposta é óbvia, então você não deveria se incomodar com a volatilidade. Será justamente nas baixas da Bolsa que seu dinheiro valerá mais ações e seu patrimônio para longo prazo irá crescer.

Até aqui, eu acho que você já compreendeu que a volatilidade alta pode multiplicar as janelas de oportunidade para que sua carteira de ativos cresça. Entretanto, para o plano funcionar, recomendo estudar e se balizar por orientações de analistas CNPI que acompanham o mercado o tempo todo, estudam os fundamentos das empresas e também as probabilidades através dos gráficos.

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Caso a alta volatilidade que a Bolsa vem apresentando recentemente esteja lhe causando desconforto com o que, aparentemente, são perdas em sua carteira, te peço calma. Se você teve o cuidado de se informar e escolher empresas com fundamentos sólidos e bom potencial de valorização, entenda que você não está no prejuízo. Você só terá prejuízo se vender agora. E se você comprou boas empresas e o investimento é para longo prazo, por que vender agora, não é mesmo?

Pensar a longo prazo vai te dar tranquilidade

Se você investe pensando no longo prazo, as baixas são excelentes oportunidades de se tornar sócio de empresas com geração de resultados consistentes, cujas ações estejam descontadas nos momentos de queda.

O que lhe trará sucesso na Bolsa de Valores não é a pressa de ganhar dinheiro e nem tampouco a impulsividade de seguir o que a maioria está fazendo. Ser fiel ao seu planejamento e ter constância de aportes e paciência é o caminho mais seguro para retornos substanciais.

Como investidor profissional e educador financeiro, diariamente recebo milhares de perguntas sobre mercado. No geral, as pessoas querem saber se a Bolsa vai continuar caindo ou subindo naquele momento específico em que fazem a pergunta. Em todos esses anos, quase ninguém me perguntou algo como “Mira, a Bolsa de Valores vai se valorizar nos próximos dez anos?”. Antecipo que a resposta é sim.

O imediatismo é o problema. Quando a volatilidade aumenta, sempre há agitação e medo por parte dos investidores, principalmente os pequenos. A aversão à perda leva muita gente a vender na baixa, por medo de prejuízos maiores, e comprar na alta, por medo de ficar de fora dos ganhos, sendo que o correto a fazer é exatamente o inverso disso.

É importante não perder de vista que, historicamente, após cada queda, o mercado sempre subiu. O mercado é cíclico, é matematicamente impossível que ele fique permanentemente em uma única direção. Além disso, você não pode esquecer que a volatilidade é a natureza das ações e, não fosse assim, seria muito mais difícil ganhar dinheiro com elas.

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