BRASÍLIA (Reuters) – O diretor de Regulação do Banco Central, Otavio Damaso, afirmou nesta quarta-feira que os prazos para a implementação do open finance no Brasil foram curtos considerando a amplitude do programa, mas ele comemorou a aceitação no país do sistema que permite o compartilhamento consentido de dados de clientes de instituições financeiras.
Segundo Damaso, até o momento foram registrados 5 milhões de autorizações para o compartilhamento de dados e há um total de cerca de 800 instituições participando do ecossistema do open finance, o que ele classificou como um “caminho sem volta”.
“Hoje com certeza é um sucesso, mas a gente tem que reconhecer que o prazo foi curto”, afirmou, acrescentando que a pandemia trouxe desafios adicionais às instituições financeiras nesse processo.
A implementação do open finance começou oficialmente em fevereiro de 2021, quando as instituições financeiras passaram a ter que disponibilizar de forma mais ampla informações sobre as características e preços dos seus produtos.
As fases seguintes do sistema, que inicialmente vinha sendo chamado pelo BC de open banking, envolveram a autorização para o compartilhamento de dados dos clientes de serviços financeiros, incluindo seguros e câmbio, e a possibilidade de usuários do Pix fazerem pagamentos por meio de aplicativos que não sejam do seu banco de origem, como em lojas de e-commerce.
“Mas com certeza vão surgir inúmeros novos serviços que sequer o cidadão vai saber que aquilo é fruto do projeto de open finance, mas vão trazer muitos benefícios para ele.”
Para o diretor, assim que os novos produtos ganharem visibilidade, os números de adesões vão “explodir”, em processo que deve ser puxado pelas demandas das pessoas jurídicas.
(Por Isabel Versiani; edição de Bernardo Caram)