“Não podemos ceder ao domínio fiscal”, afirmou Lagarde em um fórum público. “Nem podemos nos render ao domínio financeiro. Temos que cumprir nosso mandato, que é, como muitos de vocês sabem, estabilidade de preços.”
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Os custos de empréstimos governamentais dispararam na periferia do bloco monetário de 19 países desde que o BCE revelou na última quinta-feira (9) planos de aumentar os juros em julho e setembro para domar a inflação dolorosamente alta que está em risco de se tornar arraigada.
A liquidação foi então exacerbada pela ausência de detalhes do banco sobre um plano para limitar esse aumento dos custos de empréstimo, o que levantou temores de que as autoridades sejam muito complacentes com a situação de nações mais endividadas como Itália, Espanha e Grécia.
Diante da ameaça de uma repetição da crise de dívida que quase derrubou o euro há uma década, o BCE reverteu o curso, planejando um novo esquema de suporte e direcionando a países endividados o dinheiro da dívida em vencimento de seu recém-encerrado esquema de suporte da pandemia de 1,7 trilhão de euros.
Falando em uma conferência nesta quarta-feira, o chefe do banco central holandês, Klaas Knot, disse que as autoridades pediram à equipe do BCE para trabalhar em um ritmo acelerado na nova ferramenta no caso de o direcionamento dos reinvestimentos para o sul não ser suficiente.
“Não sabemos se será suficiente, depende de como os mercados irão responder. Mas se não for suficiente, fica assegurado que estamos prontos”, disse Knot.
O chefe do banco central eslovaco, Peter Kazimir, disse que ainda é “prematuro” discutir os detalhes de como será a nova ferramenta.