A pesquisa, que leva em consideração quatro pilares críticos para a competitividade de um país, mostrou que o cenário brasileiro é deficitário em todas elas: (i) desempenho da economia; (ii) eficiência do governo; (iii) eficiência dos negócios e (iv) infraestrutura.
Segundo o professor associado da Fundação Dom Cabral Carlos Arruda, que comandou o estudo no Brasil, uma pesquisa de competitividade visa medir a capacidade de crescimento de um país além dos indicadores estatísticos tradicionais como produto interno bruto (PIB).
Ao todo, 134 executivos brasileiros, de diferentes setores, regiões e de empresas de portes variados deram suas opiniões. Após a avaliação, o Brasil apresentou a seguinte classificação:
- Desempenho econômico: 48 (avanço de três posições na comparação com 2021)
- Eficiência do governo: 61 (avanço de uma posição)
- Eficiência dos negócios: 52 (queda de três posições)
- Infraestrutura: 53 (queda de um posição).
Embora em 2022 o país tenha caído duas posições, sua colocação é estável em relação aos últimos anos. Em 2018 esteve na posição 60; em 2019, na 59ª; em 2020 subiu para 56ª; mas em 2021 caiu para 57; voltando para a 59ª neste 2022.
“Eu vejo que não houve perdas, apenas voltamos para a nossa posição habitual. O Brasil, infelizmente, tem essa característica de não sustentar uma evolução. De tempos em tempos acompanhamos crescimentos mundiais, como quando houve o boom de desenvolvimento chinês, mas não há planejamento para manter o avanço”, diz Arruda.
Espaço para melhorar
“Eles começaram suas mudanças por uma reforma no âmbito governamental, com mudanças administrativas, tributárias e de regulamentações. Claro que para uma cidade-estado como Singapura é mais simples do que para um país continental como o Brasil, mas a China (17ª) também começou por aí”, afirma.
Falta para o Brasil uma estratégia nacional de competitividade, na opinião do professor. Diferentemente de um plano que muda a cada governo, as mudanças para uma melhora da competitividade precisam ser mais estáveis e levam tempo para se concretizarem.
Depois das questões governamentais, os países mais competitivos do mundo têm em comum um desempenho alto e estável de produtividade, sistema de ensino consolidado e estrutura tecnológica focada em inovação.
“Países mais competitivos têm melhores treinamentos e remuneração, por isso atraem os talentos de outros lugares”, diz Costa.
Outros países do ranking começam a despontar da mesma forma que os países asiáticos fizeram. São pequenas nações da Europa como Bélgica (ganhou 3 posições e ocupa a 21ª), Estônia (ganhou 4 posições, no 22º lugar) e República Tcheca (ganhou 8 posições, subiu para a 26ª).
Veja o ranking completo:
WCY 2022 | País | Variação anual | WCY 2022 | País | Variação anual |
1 | Dinamarca | 2 | 33 | Tailândia | -5 |
2 | Suíça | -1 | 34 | Japão | -3 |
3 | Singapura | 2 | 35 | Latvia | 3 |
4 | Suécia | -2 | 36 | Espanha | 3 |
5 | Hong Kong | 2 | 37 | Índia | 6 |
6 | Holanda | -2 | 38 | Eslovênia | 2 |
7 | Taiwan | 1 | 39 | Hungria | 3 |
8 | Finlândia | 3 | 40 | Chipre | -7 |
9 | Noruega | -3 | 41 | Itália | – |
10 | EUA | – | 42 | Portugal | -6 |
11 | Irlanda | 2 | 43 | Cazaquistão | -8 |
12 | UAE | -3 | 44 | Indonésia | -7 |
13 | Luxemburgo | -1 | 45 | Chile | -1 |
14 | Canadá | – | 46 | Croácia | 13 |
15 | Alemanha | – | 47 | Grécia | -1 |
16 | Islândia | 5 | 48 | Filipinas | 4 |
17 | China | -1 | 49 | República Eslovaca | 1 |
18 | Qatar | -1 | 50 | Polônia | -3 |
19 | Austrália | 3 | 51 | Romênia | -3 |
20 | Áustria | -1 | 52 | Turquia | -1 |
21 | Bélgica | 3 | 53 | Bulgária | – |
22 | Estônia | 4 | 54 | Peru | 4 |
23 | Reino Unido | -5 | 55 | México | – |
24 | Arábia Saudita | 8 | 56 | Jordânia | -7 |
25 | Israel | 2 | 57 | Colômbia | -1 |
26 | República Checa | 8 | 58 | Botswana | 3 |
27 | Coréia do Sul | -4 | 59 | Brasil | -2 |
28 | França | 1 | 60 | África do Sul | 2 |
29 | Lituânia | 1 | 61 | Mongólia | -1 |
30 | Bahrain | – | 62 | Argentina | 1 |
31 | Nova Zelândia | -11 | 63 | Venezuela | -* |
32 | Malásia | -7 |