Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) – A Kraft Heinz quer dobrar o ritmo de crescimento na América Latina para tornar a região seu segundo maior mercado global nos próximos cinco anos, disse o presidente-executivo da companhia de alimentos para a região, Bruno Keller.
Atualmente, a região é o quarto maior mercado da Kraft fora dos Estados Unidos, atrás de Reino Unido e Canadá. O Brasil tem quatro das seis fábricas latino-americanas da companhia, com cerca de 4,3 mil empregados.
Como parte desse plano, o grupo controlado pelo fundo 3G – dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – e pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, está se reforçando para atender públicos com diferentes faixas de renda, numa região que concentra cerca de 650 milhões de consumidores em potencial, disse Keller.
Um das maiores empresas alimentícias do mundo, com centenas de marcas, a Kraft Heinz é mais conhecida no Brasil por suas marcas de ketchup e mostarda premium. Mas a companhia tem ampliado presença em marcas mais populares, como a Quero, de enlatados e molho de tomate. Em setembro passado anunciou a compra da fabricante de molhos Hemmer por cerca de 1,2 bilhão de reais.
Segundo Keller, uma das ações da Kraft Heinz para lidar com esse cenário foi lançar embalagens de tamanhos diferentes, como a de um quilo de ketchup, que atende clientes que queiram comprar mais volume para economizar. A empresa, por outro lado, reduziu significativamente suas promoções.
Ainda assim, “a gente tem ganhado participação de mercado”, disse ele, referindo-se à América Latina, mas sem informar números.
Keller disse também que a companhia tem ampliado ações para redução de custos de produção, como com embalagens, além de economia de água e energia, para tentar minimizar o repasse de custos maiores com insumos e com frete marítimo.
A ação da Kraft caiu nas últimas semanas, após o UBS reduzir recomendação para os papeis de “neutra” para “vender”, citando dificuldade mais alta da companhia em repassar maiores pressões de custos ao longo de 2022.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)