O que os bilionários pensam sobre a próxima recessão nos EUA

22 de junho de 2022
GETTY IMAGES

Bill Gates é um dos bilionários que acredita na recessão dos EUA num “futuro próximo”.

Vários bilionários estão prevendo uma recessão iminente na economia dos EUA antes do final do próximo ano, ecoando os alarmes levantados por instituições financeiras e CEOs, à medida que o Federal Reserve (banco central americano) se move para combater a alta inflação com um aumento mais acentuado dos juros.

Veja o que os bilionários estão dizendo:

Elon Musk: A pessoa mais rica do mundo disse em entrevista que uma recessão é “inevitável em algum momento”, porém é “mais provável que não aconteça” no curto prazo.

Bill Gates: O cofundador da Microsoft compartilhou um sentimento semelhante ao de Musk em uma entrevista com Fareed Zakaria no mês passado. Ele concordou com “os ursos” (investidores que apostam na queda) sobre o mundo estar caminhando para uma desaceleração econômica no “futuro próximo”, em meio às consequências da crise econômica derivada da pandemia e da invasão russa na Ucrânia.

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Jamie Dimon: O CEO do JP Morgan alertou para um “furacão” econômico alimentado pelo conflito na Ucrânia e pela alta inflação e disse que seu banco está se preparando para “resultados ruins” no início deste mês.

Carl Icahn: O investidor ativista também alertou sobre uma recessão “ou algo ainda pior” em uma entrevista à CNBC em março, culpando a alta inflação e expressando dúvidas sobre se o Federal Reserve, banco central dos EUA, conseguiria “projetar um pouso suave” para os juros.

Ken Griffin: O fundador e CEO da Citadel, disse em maio que se o nível de inflação permanecer em torno de 8,5% – como está atualmente – o Fed precisará “apertar os freios com força”, empurrando a economia para uma recessão.

Gary Friedman: O CEO da varejista de móveis para casa RH citado no filme “The Big Short” (A Grande Aposta) e disse que a economia dos EUA estava enfrentando um de seus períodos mais difíceis desde a Grande Recessão de 2008. A declaração foi feita em uma conferência de resultados trimestrais de sua empresa em março.

O atual cenário dos EUA

Os alertas sobre uma recessão iminente aumentaram desde a decisão do Federal Reserve da semana passada de aumentar as taxas de juros em 75 pontos-base, para uma meta de 1,5% a 1,75% ao ano — o aumento mais acentuado desde 1994.

A decisão do Fed veio depois que o Departamento do Trabalho divulgou dados no início deste mês que apontam para uma inflação anual acima do esperado, de 8,6% em maio frente a uma expectativa de 8,3%. Este é o maior aumento de 12 meses nos preços ao consumidor que o país testemunhou em mais de 40 anos.

No entanto, em entrevista à Associated Press no domingo (19), o presidente Joe Biden insistiu que uma recessão não era “inevitável”, acrescentando que as pessoas não deveriam simplesmente “acreditar no alerta” e esperar e ver qual previsão está correta. O presidente apontou baixos números de desemprego e também que os EUA estavam em uma posição mais forte do que outros países para combater a alta inflação.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, também fez comentários semelhantes no domingo, dizendo que a recessão não é “de forma alguma inevitável”, mas disse esperar que a economia desacelere. Ela acrescentou que reduzir a “inflação inaceitavelmente alta” era a principal prioridade do governo Biden.

Além dos bilionários, várias grandes instituições financeiras e líderes empresariais também alertaram sobre uma recessão iminente no final deste ano ou no próximo ano.

Hoje (21), o Goldman Sachs atualizou sua previsão para uma chance de 30% de recessão nos próximos 12 meses – acima dos 15% em abril. Um dia antes, o banco de investimento japonês Nomura alertou que uma “recessão leve”, no final de 2022, era agora mais “provável”.

O Deutsche Bank – primeiro banco a projetar uma recessão futura no final de 2023 – revisou sua previsão na sexta-feira (17), afirmando que agora espera uma “recessão mais precoce e um pouco mais severa”. O banco de investimento alemão prevê uma contração de 3,1% do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre de 2023.

Em nota recente, o economista-chefe da Moody’s alertou que os riscos de uma recessão são “desconfortavelmente altos” e “continuam aumentando”. Tanto o CEO do Morgan Stanley, James Gorman, quanto o CEO da Wells Fargo, Charles Scharf, esperam que qualquer recessão futura não seja muito profunda ou longa. Gorman, no entanto, acha que as chances são de 50%, enquanto Scharf afirma que seria algo “difícil de evitar”.

A CEO da Ark Capital, Cathy Wood, criticou duramente o forte aumento de juros do Fed em uma publicação no Twitter no fim de semana e sugeriu que os EUA já entraram em recessão no primeiro trimestre de 2022.

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