Volta por cima: ex-CEO de unicórnio entra para o clube dos bilionários

24 de junho de 2022
Forbes

Agora, sua segunda startup está preparada para enfrentar a tempestade com muito dinheiro em caixa

Seis anos depois que sua primeira startup de recursos humanos, a Zenefits, faliu, a Parker Conrad deu a volta por cima. Ele agora é um bilionário – seu patrimônio líquido é de US $ 2,2 bilhões (R$ 11,5 bilhões), segundo estimativas da Forbes – após a Rippling, sua nova startup, atingir uma avaliação de US$ 11,25 bilhões (R$ 59 bilhões).

Em fevereiro de 2016, Conrad renunciou ao comando da Zenefits sob pressão dos investidores. A empresa, que chegou a atingir o status de unicórnio, encolheu e reduziu seu valuation em mais da metade sob a nova liderança.

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Ele passou alguns meses em casa, deprimido e assistindo a filmes da série Guerra nas Estrelas enquanto a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e autoridades estaduais investigavam a Zenefits. Mas, em abril daquele ano, ele estava de volta com uma nova startup de software de recursos humanos, a Rippling.

Ele estava cheio de ideias sobre como fazer as coisas serem melhores desta vez, e não faltavam investidores dispostos a apoiá-lo. Neste ano, as ações de tecnologia caíram e muitas empresas financiadas por venture capital enfrentam dificuldades. Mas Conrad, de 42 anos, está preparado para a crise, com os US$ 250 milhões (R$ 1,3 trilhão) que a Rippling levantou no mês passado.

Apesar de Conrad ter se recusado a dar entrevista para esta reportagem (nem ele, nem a Rippling comentaram sobre seu patrimônio), ele disse, em uma entrevista realizada em maio deste ano em sua casa em São Francisco, que a Rippling ainda tinha dinheiro em mãos e não precisaria de novos aportes. “Para mim, é uma questão de isolar a empresa de qualquer risco futuro de choques macroecroeconômicos”, disse ele na época. “Eu sou terrível em prever essas coisas.”

Agora, sua segunda startup está preparada para enfrentar a tempestade com muito dinheiro em caixa. Ao todo, a empresa recebeu US$ 700 milhões (R$ 3,6 bilhões) de grandes firmas como Kleiner Perkins, Sequoia e Initialized Capital. Com as cicatrizes deixadas pela Zenefits, Conrad fez contratações na Rippling projetadas para evitar erros do passado, incluindo a conselheira geral Vanessa Wu, que veio da empresa de capital aberto LiveRamp, e o diretor financeiro Adil Syed, que trabalhou anteriormente na Snap.

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Escrevemos pela primeira vez sobre a Rippling há dois anos, quando ela apareceu na lista Forbes Next Billion-Dollar Startups 2020. Conrad estava tentando encontrar redenção com a startup, que visa facilitar a gestão de recursos humanos por meio de softwares, e falou abertamente sobre esses esforços.

A Rippling hoje vale duas vezes e meia os US$ 4,5 bilhões (R$ 23,6 bilhões) que a Zenefits valia em seu auge. Conrad, um homem atarracado de cabelos loiros avermelhados que cresceu em uma família rica e frequentou Harvard, cruzou a marca dos bilionários pela primeira vez.

A cofundadora da Rippling, Prasanna Sankar, de 34 anos, foi diretora de engenharia da Zenefits, e agora também é bilionária, com cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) em patrimônio, segundo estimativas da Forbes.

A vantagem da Rippling é que ela não apenas automatiza a folha de pagamento, mas também gerencia automaticamente ferramentas de software, aplicativos e grupos de trabalho que os novos funcionários precisam – e mantém todos atualizados à medida que os colaboradores são promovidos, mudam de grupo ou saem.

Embora esse tipo de trabalho administrativo não seja dos mais empolgantes, ele pode poupar para as empresas várias horas do tempo de seus executivos, além da dor de cabeça e dos custos associados.

A empresa cresceu rapidamente desde a sua fundação. Sua receita recorrente anual está acima de US$ 100 milhões (R$ 525 milhões) – a Rippling não detalhou os números. Em 2020, era de US$ 13 milhões (R$ 68,2 milhões).

“No início da Rippling, havia muitos momentos em que conversávamos com os clientes e eles ficavam assustados por causa do Zenefits”, Conrad nos disse na última conversa. “Sempre pensei que teríamos que construir um produto que fosse muito mais atraente para convencer as pessoas… que teríamos que ser duas vezes melhores para tentar superar isso e, de certa forma, essas preocupações começarão a desaparecer e será um grande acelerador para a empresa.”

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