Criptomoedas são esquema de pirâmide, dizem executivos chineses

5 de julho de 2022
Getty Images

Em setembro, o Banco Central da China declarou que todas as transações envolvendo criptomoedas eram ilegais

O bitcoin e as criptomoedas em geral perderam mais de US$ 2 trilhões em valor de mercado em apenas seis meses devido à devastadora queda dos criptoativos que, para alguns, pode estar apenas começando.

O preço do bitcoin caiu abaixo de US$ 20 mil (R$ 107,8 mil) – na primeira vez em que isso aconteceu, em 2017, a criptomoeda entrou em um mercado de baixa que durou três anos caiu para menos de US$ 3 mil (R$ 16,1 mil).

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Agora, enquanto alguns investidores esperam que a queda das criptomoedas revele o futuro das gigantes de tecnologia, executivos da Rede de Serviços Baseada em Blockchain (BSN) da China – uma iniciativa apoiada pelo Estado projetada para impulsionar a adoção comercial da tecnologia blockchain – descreveram o bitcoin e as criptomoedas como “o maior esquema de pirâmide da história da humanidade.”

“O autor deste artigo acredita que as moedas virtuais estão se tornando o maior esquema de pirâmide da história da humanidade e, para que o golpe continue funcionando, seus apoiadores tentaram dar várias roupagens a elas” afirmaram Shan Zhiguang, presidente do BSN Development Alliance, e He Yifan, executivo-chefe da startup Red Date Technology e diretor executivo da BSN, em um artigo publicado pelo jornal chinês People’s Daily, que é patrocinado pelo regime chinês, no mês passado.

A BSN é uma rede apoiada por Pequim para desenvolvedores de blockchain na China. Ela foi criada para operar globalmente, e tem uma versão internacional e outra doméstica, distinta, a fim de atender às normas regulatórias chinesas. Nos últimos anos, o país iniciou o lançamento de yuans digitais do Banco Central que, embora parcialmente inspirados em bitcoin e criptomoedas, não usa a tecnologia blockchain.

A dupla apontou para as críticas ao bitcoin feitas pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e pelo lendário investidor Warren Buffett, que se opõem às criptomoedas, para embasar sua afirmação de que 90 das 100 pessoas mais ricas do mundo se manifestaram contra o uso dos criptoativos.

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“Todos os esquemas de pirâmide devem ter um fluxo constante de novos investidores para se manter funcionando”, escreveram os autores.

No ano passado, uma repressão regulatória contra criptomoedas na China derrubou o preço do bitcoin e provocou pânico entre os investidores. O Partido Comunista Chinês proibiu os mineradores de bitcoin – que usam computadores poderosos para proteger a rede bitcoin e validar transações em troca de novas moedas – de operar no país.

Em setembro, o Banco Central da China declarou que todas as transações envolvendo criptomoedas eram ilegais. O órgão também prometeu punições a qualquer pessoa que facilite transações de criptomoedas e alertou que as exchanges offshore não deveriam operar no país.