Luccas Neto assume criação da Take4 e quer criar "Disney brasileira"

26 de julho de 2022
Divulgação

Luccas Neto, Forbes Under 30, fundador da Luccas Toon Studios.

Após vender uma fatia da Luccas Toon Studios para a agência e produtora Take4 Content, do empresário Cassiano Scarambone, Luccas Neto irá assumir a posição de diretor de criação da agência e deixar o posto de presidente-executivo do seu estúdio de conteúdo para o público infanto-juvenil.

Avaliada em R$ 300 milhões, a Luccas Toon Studios teve uma fatia minoritária adquirida pelo braço recém-criado da Take4 Content, a Take4 Capital. Sem revelar o valor da transação ou a parcela comprada, Scarambone garante que “foi uma fatia minoritária, mas uma fatia alta”.

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A Take4 Capital irá assumir os 14 canais de entretenimento do estúdio, os 13 filmes da marca e mais de 170 produtos licenciados, além das campanhas publicitárias de Neto, que ultrapassam 300 conteúdos.

O negócio é o ponto de partida para um projeto desenhado por Scarambone, Neto e outro investidor parceiro – que ficará em anonimato – de criar uma “Sky de canais digitais”, em referência à empresa de canais televisivos pagos.

O objetivo da Take4 Capital é adquirir de dez a 15 canais digitais nos próximos três anos e se tornar um hub de conteúdo. Luccas Neto será o estrategista desse empreendimento, ao mesmo tempo em que permanece na direção de criação da agência que irá tocar os projetos do seu estúdio. Ele irá comandar um time multidisciplinar de 18 pessoas focadas em conteúdos e produtos licenciados.

“O Luccas é uma das pessoas mais geniais que eu conheço. Em três anos ele construiu um império de conteúdo infanto-juvenil, sua capacidade é para ser o Walt Disney brasileiro”, diz Scarambone, que enumera os feitos “self-made” de Neto:

“50 milhões de seguidores, mais de 30 bilhões de views no YouTube, 13 filmes produzidos para a Netflix e todos ranqueados no top 10 do streaming, 6 horas de produção de conteúdo inédito diário e tudo distribuído em 14 canais.”

À Forbes, Luccas Neto reconhece o tamanho da marca que criou no Brasil e em Portugal, onde seu conteúdo também tem bons resultados, mas afirma que ainda está distante de um porte “Disney”.

“O Brasil carece de uma operação estruturada no porte de uma Disney. Nós pretendemos dar essa oportunidade para o mercado brasileiro, de ter uma operação tão grande voltada ao entretenimento infantil. Estamos confiantes em relação ao caminho que podemos traçar no futuro”, escreveu Neto em nota à Forbes.

Cheque em branco

Foto: Take4 Content/ Divulgação

Cassiano Scarambone, dono da Take4 Content, e Luccas Neto, da Luccas Toon Studios.

Para expandir seu próprio império e criar a “Sky dos canais digitais”, que Scarambone chama de MCN (Multi Channel Network), Luccas Neto e o empresário possuem um cheque em branco do investidor anônimo.

O dono da Take4 afirma que não existe um valor limite para as aquisições dos próximos meses ou anos. “Se tivesse um valor, eu te diria, mas não temos. O que temos é um objetivo e vamos financiar com o valor que for preciso”, disse Scarambone.

Até o momento, os negócios em desenvolvimento ainda são referentes aos projetos do Luccas Toon Studios. Para expandir a internacionalização para além de Portugal, os vídeos e filmes do estúdio estão sendo traduzidos e legendados para espanhol e inglês, de olho no público da América Latina e dos Estados Unidos.

Além disso, já foi traçada a meta de dois novos filmes todos os anos, começando por 2022. Uma produção já está em andamento com a Warner e outra de forma independente. “Vão ser sempre dois filmes para cobrir as duas melhores épocas do ano: as férias”, diz o dono da Take4.

“A parceria com a Take4 Capital fortalece o capital para a expansão dos projetos da Luccas Toon e também garante sinergias de operações na área de produção de conteúdo. Conseguimos vislumbrar oportunidades de crescimento e reinvestir o capital em projetos promissores”, diz Neto.

Um desses projetos promissores já está mapeado. É a expansão da série Roxteen, voltada para o público infanto-juvenil. Segundo Scarambone, a capacidade do produto é de ser um “High School Musical” brasileiro. “Temos tudo ali, romance adolescente, música, tramas de ciúmes e amizades. São franquias como essa e dos aventureiros que iremos trabalhar com mais foco e atenção”.

Do YouTube para a Bolsa

A etapa final do projeto MCN do trio é a abertura de capital na Bolsa de Valores em três anos. Para Neto, esse é um estágio mais avançado que só será possível com a marca já consolidada e reconhecida no mercado.

Segundo Scarambone, o segredo está na combinação certa dos fatores “mídia” e “influenciadores”.

“Quando se usa a inteligência para conectar um influenciador à mídia certa, o resultado é bombástico. O que temos aqui é um resultado bombástico. Agora é a hora de voar mais alto, investir pesado na empresa para garantir um crescimento robusto e chegar no IPO daqui três anos”, diz o empresário.

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