A alta de 0,75 ponto percentual em junho foi a maior desde 1994 e foi decidida de última hora, depois que dados de inflação de maio indicaram um novo recorde no aumento dos preços em 12 meses.
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Já o índice de preços ao produtor voltou ao patamar recorde de 11,3% no período de um ano findo em junho, ante expectativa de 10,7% das projeções e recuo para 10,8% em maio.
Quando os números foram divulgados, o mercado se apressou em ampliar suas apostas para um aumento de juros de maior proporção pelo Fed, de 1 ponto percentual. Mas membros do Fomc (Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos) vieram a público para indicar que o consenso ainda aponta para um aumento de 0,75, como já sinalizado.
Christopher Waller, um dos membros do Fomc mais incisivos no apoio ao aumento dos juros, endossou o reajuste de 0,75 ponto percentual, e o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, avisou que um aumento muito maior teria efeitos colaterais negativos na economia dos EUA.
Juros surpresa
O BCE (Banco Central Europeu) elevou os juros em 0,50% na semana passada, um valor maior do que o sinalizado na reunião anterior, de 0,25%, e não deu pistas do tamanho do aumento do próximo mês.
O Banco do Canadá optou por um aumento inesperado de 1 ponto percentual da taxa de juros no início deste mês – o órgão não havia indicado anteriormente que planejava um reajuste.
Segundo analistas ouvidos pela Reuters, o caso do Federal Reserve é diferente. O chefe do banco central da maior economia do mundo tem interesse em garantir que os mercados não subestimem ou superestimem o que está por vir, por isso mantém as sinalizações de suas intenções.
Alta agora e menor alta depois
Considerando que atualmente os juros dos Estados Unidos estão entre 1,50% e 1,75%, os aumentos sinalizados elevariam as taxas do país para a faixa entre 3,25% e 3,50% ao final de 2022 – o nível mais alto desde o início de 2008, ano da crise financeira global.
Uma pesquisa realizada pela Bloomberg com 44 economistas, entre os dias 15 e 20 de julho, indicou que a expectativa do mercado é de que o Fed ainda elevará os juros em mais 0,25 ponto percentual(27) no início de 2023, atingindo um pico de 3,75% antes de pausar as elevações e depois começar a cortar as taxas antes do final do ano.