Os lucros dos grandes bancos norte-americanos devem cair acentuadamente no segundo trimestre ante igual período do ano anterior, diante do aumento das provisões para potenciais perdas com empréstimos, uma vez que a recuperação econômica frente ao auge da pandemia dá lugar a uma possível recessão.
Os analistas esperam que o JPMorgan registre uma queda de 25% no lucro em balanço a ser divulgado na quinta-feira, enquanto as projeções para Citigroup e Wells Fargo indicam recuos de 38% e 42%, respectivamente, na sexta-feira, de acordo com dados da Refinitiv.
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O Bank of America deve divulgar uma queda de 29% no lucro, em publicação de resultados em 18 de julho.
A redução do lucro dos bancos decorre do aumento das provisões para potenciais perdas com empréstimos, uma reversão de cenário em relação ao ano anterior, quando os bancos se beneficiaram da redução desses amortecedores pois as perdas esperadas como consequência da pandemia não se materializaram e a economia se fortaleceu.
“Será um trimestre instável para o setor”, disse Jason Ware, diretor de investimentos do Albion Financial Group, que possui ações do JPMorgan e do Morgan Stanley.
Os investidores vão querer ouvir os insights dos executivos sobre a saúde da economia e se os tomadores de empréstimos estão “mais instáveis agora”, disse Ware.
Os executivos dos bancos disseram que mais empréstimos não serão quitados pelos devedores daqui para frente. Os analistas devem pressionar as instituições para obter pistas sobre o momento e a magnitude dessas perdas e o quanto elas podem contrabalancear os ganhos de margem financeira líquida – a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros que recebem.
Entretanto, a última linha do balanço dos bancos deve vir pior do que seus negócios subjacentes. Os lucros antes de provisionamento e antes de impostos para os quatro grandes bancos cairão apenas 7%, de acordo com estimativas de analistas do Barclays liderados por Jason Goldberg.
O Morgan Stanley, o sexto maior banco dos Estados Unidos em ativos e um importante gestor de investimentos de Wall Street, também divulga resultados na quinta-feira e deve mostrar um declínio de 17% nos lucros. O Goldman Sachs, deve reportar uma queda de 51% no lucro quando publicar seus números em 18 de julho.
O Goldman e Morgan Stanley concedem menos empréstimos ao consumidor e às empresas do que os quatro maiores bancos. Assim, as mudanças nas provisões para potenciais perdas com empréstimos geram menos impactos em seus lucros.
Mas as taxas que o Goldman ganha assessorando transações, incluindo ofertas de ações e títulos, devem cair drasticamente, parcialmente compensadas por mais receita comercial devido ao aumento da volatilidade. A expectativa é que a receita dos bancos com empréstimos ao setor imobiliário também recue. Além disso, os negócios de gestão de ativos devem ter receitas menores, disse Goldberg.
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