“Somos grandes. O Brasil tem um ecommerce que aumenta cada vez mais a penetração no varejo, com um crescimento bem acelerado. Aqui temos uma população jovem e conectada, o que aumenta ainda mais a demanda e faz com que a Amazon tenha uma grande expectativa para que o Brasil seja um dos grandes países da operação”, diz Mazini em entrevista à Forbes.
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“A Amazon lançou a operação na Índia alguns anos antes [que no Brasil], com um grande investimento na frente. Mas estamos cada vez mais acelerando os negócios, sempre olhando quando é que vamos chegar no tamanho da Índia. Temos eles como modelo de atuação”, complementa.
Muito mais do que apenas uma expectativa da matriz, Mazini acrescenta que a Amazon Brasil já atende as atuais perspectivas de crescimento da empresa: “Estamos apresentando uma expansão saudável”, diz.
Esse bom desempenho vai na contramão do cenário econômico atual, que pressiona o consumo dos clientes. O segredo para escapar dos reflexos, segundo o presidente, é trazer métodos para diminuir o peso dos custos do negócio para o consumidor, oferecendo mais parcelamentos e promoções.
“O Prime Day, inclusive, que realizamos recentemente [12 e 13 de julho], foi um ótimo evento para oferecer opções de produtos mais baratos em meio a esse momento difícil”, complementa o executivo, que diz que, com ele, o Brasil se destacou frente a outros países onde a Amazon também promove a data.
“Queremos que o Prime seja visto além do frete grátis”
Quando o cliente está prestes a efetuar uma compra no site, ele se depara com a opção de assinar o Amazon Prime, o que garante uma entrega rápida e grátis. No entanto, a assinatura também permite o uso de streaming de filmes, séries e música.
Para Mazini, a intenção é que o consumidor veja o Prime além dos benefícios iniciais.
Em busca de crescer no streaming brasileiro, em dezembro de 2019 a Amazon Prime Video anunciou que estava produzindo séries nacionais. A primeira a ser lançada, em 4 de junho de 2020, foi “Dom”. Ela conta a história de um jovem que se envolve com drogas e passa a liderar uma quadrilha no Rio de Janeiro, e seu pai é um policial que dedica a vida à luta contra o narcotráfico.
“Competição é saudável no Brasil”
Por aqui, há grandes varejistas e streamings que atuam no mesmo mercado que a Amazon. Questionado sobre como a companhia lida – e trabalha – para se diferenciar das concorrentes, Mazini diz que o olhar está totalmente voltado para o cliente e não para os demais players do mercado.
“Temos uma competição bem saudável aqui no Brasil, o que ajuda muito em questão de expansão, já que conseguimos observar que o ecommerce é um segmento que cresce cada vez mais no país. No entanto, a gente não olha muito para eles e sim para o cliente. Com isso, a nossa maior diferenciação é a nossa obsessão pelo consumidor”, diz o presidente.
Além da garantia dos prazos de entrega, o presidente também afirma que a companhia está apostando em diversificar as formas de pagamento e melhorar o atendimento.
“Trabalhamos para facilitar acesso a pagamentos para o cliente e oferecer um atendimento fácil e rápido. Quando o consumidor tem qualquer problema relatado no atendimento do site, nós ligamos para que ele não fique esperando em linha. Em suma, nossa diferenciação é também a nossa obsessão que já citei antes: o cliente.”
Obsessão pelo cliente é uma cultura trazida por Jeff Bezos
Nas reuniões em que participou com Jeff Bezos, Mazini diz que nunca ouviu o fundador da Amazon (e CEO até 2021) falar apenas sobre resultados ou lançamentos de produtos. A atenção do bilionário fundador da varejista sempre esteve voltada para a experiência do consumidor.
“Precisávamos sempre detalhar como o problema foi resolvido, porque ele gostava muito de saber se aquele cliente específico tinha sido atendido e qual tinha sido o resultado”, conta Mazini.
“A minha maior meta? Ser tão forte como os outros países”
Com sua experiência na Inglaterra e nos Estados Unidos, o presidente explica que sempre percebeu que, nesses lugares, as pessoas já tinham um maior conhecimento sobre a Amazon, já que a plataforma fazia parte do dia a dia dessas pessoas. Aqui no Brasil, no entanto, foi algo que precisou – e ainda precisa – ser construído aos poucos.
“Querendo ou não, estamos no começo da nossa trajetória. Por isso, a minha maior meta é ter um serviço que tenha a qualidade e reconhecimento que a Amazon já carrega nesses outros países. O nosso time trabalha muito para isso. Na prática, estamos no nosso terceiro ano com lançamento completo no Brasil [Prime, Alexa e varejo] e ainda temos muito para realizar”, diz.
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