Ibovespa abre em queda, aos 109 mil pontos, pressionado por Petrobras

31 de agosto de 2022

O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (31) em queda de 0,43%, aos 109.957 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O movimento ocorre após o principal índice da Bolsa brasileira fechar em queda de 1,68% na véspera, refletindo a aversão global a ativos de risco.

O desempenho desta manhã vai na contramão do pré-mercado dos Estados Unidos, onde os principais índices seguem um movimento de recuperação depois de fortes dados de trabalho, divulgados ontem (30), serem vistos pelo mercado como um impulsionador para uma postura mais agressiva do banco central dos Estados Unidos no aumento dos juros.

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Por aqui, entre as maiores quedas do início da sessão está a Petrobras (PETR3; PETR4). Os papéis da petrolífera recuavam 1,60% e 1,44%, respectivamente. “Por ser uma das empresas com maior peso no índice, ela pressionou o Ibovespa no dia de ontem e continua com o mesmo movimento hoje. Ela subiu forte nos últimos tempos, mas agora tem caminho aberto para uma forte queda”, analisa Eduardo Melo, CEO da Prime Invest.

Esse movimento também é reflexo da queda do petróleo. Nesta manhã, o WTI caía 3,64% e o Brent -3,41%.

Nos indicadores econômicos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a taxa de desemprego no Brasil caiu no trimestre encerrado em julho, a 9,1%, indo para seu menor patamar desde o final de 2015.

Para João Beck, economista e sócio da BRA, os números entram na esteira de dados positivos recentes, o que tem feito o humor do mercado ficar “um pouco melhor”. No entanto, eles são desafiadores para o ano que vem.

“Existe uma restrição fiscal muito forte daqui para frente e a nossa fonte de receita, que vem em sua maioria de commodities, também está caindo. Além disso, não podemos esquecer do termos de uma recessão global na pauta e uma taxa de juros em níveis extremamente altos e contracionistas. Por isso, esses dados positivos não tendem a continuar para os próximos semestres”, explica o especialista.

Na Ásia, as Bolsas encerraram o dia sem apontar uma única direção. Na China, o PMI industrial subiu para 49,4 pontos e o PMI de Serviços caiu para 52,6 pontos. Com isso, o Xangai perdeu 0,78% e Shenzhen recuou forte, com queda de 1,95%.

Em Tóquio, o Nikkei teve desvalorização de 0,37% e, em Hong Kong, o Hang Seng operou praticamente estável (+0,03%). Em Seul, o Kospi subiu 0,86% e, em Taiwan, o Taiex teve alta de 0,95%.

O dólar comercial apresentava forte alta frente ao real, com valorização de 1,15%, a R$ 5,1714.

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