O Ibovespa devolveu os ganhos da semana inteira nesta sexta (19) ao recuar 2,04%, a 111.496 pontos. O índice de ações acompanhou o movimento de realização de lucros do exterior e a queda foi generalizada no mercado brasileiro.
Das 90 ações listadas no Ibovespa, apenas dez delas não fecharam em campo negativo nesta sexta-feira. A valorização de 1% acumulada entre segunda (15) e quinta (18) deu lugar a um saldo negativo de 1,12%. Mas, no mês, o principal índice de ações da B3 acumula alta de 9%.
Em Wall Street, declarações duras de membros do Federal Reserve (banco central dos EUA) sobre os juros somadas ao fato de as bolsas em Nova York terem subido por cinco semanas seguidas ativaram um movimento de realizações de lucros que manteve os índices no vermelho.
Em um mês, o S&P 500 registrou 10,9% de alta, enquanto o Nasdaq valorizou 13,2% e o Dow Jones subiu 8,7%. Grande parte dos ganhos foram ancorados pela perspectiva de arrefecimento da inflação e possibilidade de o Fed optar por uma elevação menor dos juros no próximo encontro.
Porém, nesta semana, autoridades do banco central norte-americano reforçaram que o aumento dos juros de forma agressiva é essencial para conter a inflação, que está acima de 8% – o maior nível em 40 anos.
Na próxima semana será possível ter uma ideia melhor do que os membros do banco central norte-americano pretendem em relação aos juros no simpósio de Jackson Hole – encontro anual de banqueiros centrais organizado pelo Fed de Kansas City.
Por hoje, os índices de Wall Street fecharam em baixa. O Dow Jones caiu 0,86%, a 33.706,15 pontos, o S&P 500 recuou 1,29%, a 4.228,37 pontos, e o Nasdaq teve queda de 2,01%, a 12.705,22 pontos.
Por aqui, o Ibovespa acabou contaminado pelo clima negativo de Nova York. Um único setor passou ileso pelo pessimismo, o de frigoríficos.
Já na ponta de perdas do Ibovespa, saíram na frente os papéis de turismo, com Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) caindo 7,63%, 7,30% e 5,59%, respectivamente.
Petrobras também ancorou a queda do índice, com perdas de 4,08% nas ações PETR3, a R$ 35,07, e recuo de 5,06% nos papéis PETR4, a R$ 31,73.
O dólar comercial renovou a mínima no final do pregão e fechou praticamente estável, com leve queda de 0,08%, a R$ 5,1680. Na semana, a alta foi de 1,85%.