Esse resultado, divulgado hoje (1) pelo IBGE, veio acima do esperado e foi impulsionado pela recuperação do setor de serviços, bem como pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos. O dado do primeiro trimestre foi revisado para alta de 1,1%, ante 1,0% informado inicialmente.
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“A atividade iniciou 2022 em ritmo forte, apesar do impacto negativo inicial da onda Ômicron (da Covid), e manteve seu desempenho ao longo do segundo trimestre”, disse em relatório David Beker, chefe de economia no Brasil e de estratégia para América Latina do BofA.
“Isso aconteceu antes mesmo da redução do ICMS, do aumento do Auxílio Brasil e da redução do preço dos combustíveis, que devem ter grande influência positiva nos resultados do próximo semestre.”
O Goldman Sachs também adotou visão mais otimista para o PIB do Brasil depois da publicação dos dados, e elevou seu prognóstico para o crescimento econômico do país neste ano a 2,9%, contra projeção anterior de 2,2%.
A gigante de pesquisa econômica Capital Economics, por sua vez, melhorou sua estimativa para o crescimento do PIB brasileiro neste ano a 2,5%, contra taxa de 2,0% prevista em cenário anterior.
Enquanto isso, algumas instituições financeiras mantiveram suas projeções para a atividade brasileira neste ano, mas passaram a enxergar viés positivo para seus prognósticos na esteira dos dados do PIB do segundo trimestre.
O Itaú e a XP, por exemplo, disseram em relatórios separados que os dados desta quinta-feira impuseram viés de alta para suas projeções atuais de crescimento em 2022 –ambas em 2,2%. Já o Santander passou a ver “riscos de alta significativos” para seu cenário de expansão de 1,9%.
2023: desaceleração do PIB à frente
Beker, do Bofa, por exemplo, citou uma desaceleração econômica global e efeitos defasados do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central do Brasil como riscos negativos para a atividade na segunda metade deste ano.
Esses fatores também foram citados por Ramos, do Goldman Sachs, que acrescentou preocupação com o alto endividamento das famílias e com a incerteza política pós-eleições presidenciais. “Em 2023, esperamos que o PIB cresça pouco menos de 1%”, afirmou.
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