E o Brasil mudou nesses dez anos para melhor?
Disso não tenho dúvidas.
E vamos comparar alguns dados com a China, hoje a “coqueluche” mundial nas discussões sobre economia, legislação trabalhista, abertura comercial e democracia. Pedro Nery, em belo artigo no Estadão, mostra que ela é mais liberal do que o Brasil em legislação trabalhista, a mesma cuja reforma permitiu reduzir de 14,4 para 9,3 a taxa de desemprego no país, gerando mais de 5 milhões de postos de trabalho nos últimos anos, retornando a níveis pré-pandêmicos.
A abertura comercial chinesa é imensamente mais ampla que a brasileira. Ainda assim, no Brasil, atingiremos este ano a marca de US$ 600 bilhões no comércio exterior, com um superávit comercial acima de US$ 60 bilhões.
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Vimos também a ressurreição do etanol, usado na indústria automobilística para os motores dos carros elétricos. No debate das consequências dos gases do efeito estufa, notamos que 11,6% provêm da agricultura; 6,1%, de processos industriais; 3,3%, de resíduos; e 3,3%, de desmatamento e incêndios florestais. Sobram 75,7% para a queima de combustíveis no setor de energia. O Brasil mostra uma invejável posição com sua matriz energética, na qual as hidrelétricas respondem por 65,2% da produção de energia no país. As outras principais fontes são, em ordem de importância: biomassa (9,1%), eólica (8,8%), gás natural (8,3%), carvão e derivados (3,3%), nuclear (2,2%) e solar (1,7%).
Retomamos na América do Sul a posição de liderança incontestável, com um PIB que representa 50 %
do total da região e 38% do PIB da América Latina. Retomamos também a nossa posição entre as 10 maiores economias mundiais.
Ao novo presidente, cabe a gigantesca tarefa de manter o progresso social alcançado, ampliando seus objetivos para a extinção da pobreza, a institucionalização da educação básica em tempo integral, o apoio decisivo à ciência e tecnologia, a reforma tributária, a recuperação industrial e o suporte aos
setores mais dinâmicos da economia nacional: agronegócio e serviços. E que a chegada do 5G marque o decisivo salto tecnológico de que necessitamos em busca da competitividade na ciência.
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Artigo publicado na edição 100 da revista Forbes, em agosto de 2022.