Mesmo pouco conhecidas, Small Caps têm mais potencial de valorização

29 de setembro de 2022
Orientfootage/Getty Images

Small Caps são empresas que possuem baixo valor de mercado

O nome pode até confundir, mas uma small cap não é sinônimo de empresa pequena e/ou desconhecida. 3R Petroleum (RRRP3), Ambipar (AMBP3) e Azul (AZUL4) são algumas das ações conhecidas que compõem o Índice Small Caps da B3. 

Elas são empresas que possuem baixo valor de mercado, ou capitalização. Segundo Rodrigo Wainberg, head de ações da Suno Research, as small caps têm um valor de mercado abaixo de US$ 1 bilhão, embora essa definição não seja oficial. “Não há uma regra. Isso ocorre porque o Índice SMLL usa um critério, enquanto casas de análises usam outra, mas eu diria que existe esse consenso.”

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Apesar de serem listadas na Bolsa, muitas dessas ações ainda são desconhecidas pelos investidores, mas, mesmo assim, oferecem grandes vantagens ao realizar o investimento. Para Wainberg, o principal benefício é o potencial de valorização. 

“Quando pegamos empresas promissoras em um estágio ainda inicial de crescimento, podemos ter grandes ganhos – o que Peter Lynch, investidor referência no universo de ações, apelidou de multi-baggers”, cita o especialista. 

Outro ponto positivo é a diversificação. As small caps, em geral, são empresas de nicho e com isso, o investidor consegue calibrar o risco da sua carteira de forma mais adequada, ao escolher a quais segmentos quer se expor e quais riscos prefere correr (ou não). “Muitas vezes, ao investir em empresas com grande capitalização, o investidor tem muitos negócios dentro do mesmo grupo e fica mais difícil, ou até inviável, fazer essa separação. É uma compra tudo ou nada”, diz Wainberg. 

Ao investir em small caps, é preciso seguir a mesma estratégia para os papéis de uma gigante de mercado como Vale (VALE3) ou Petrobras (PETR3; PETR4). Ou seja, é necessário avaliar itens como controladores, governança, gestão, modelo de negócios. E sem perder de vista aspectos como o perfil dos produtos e serviços oferecidos ao mercado, quem são os clientes e fornecedores, e os riscos setoriais, regulatórios e tributários. 

Além destes pontos, o especialista explica que é preciso ter um cuidado adicional com as novatas na Bolsa que, em geral, se enquadram na categoria de small caps. “Alguns negócios são arriscados, o que pode provocar uma perda permanente de capital”, diz o head de ações da Suno Research.

A prioridade, por sua vez, precisa ser voltada para empresas que estão listadas há mais tempo e que têm um histórico mais longo de sucesso para avaliação. “Neste caso, seriam empresas comprovadamente rentáveis, pouco endividadas, geradoras de caixa, que respeitam o minoritário, pagam dividendos e possuem uma comunicação transparente e tempestiva com o mercado”, diz Wainberg.

Outro cuidado importante é não investir mais dinheiro do que o perfil de risco do investidor suporta, além de administrar o risco de maneira adequada, diversificando a sua carteira e acompanhando regularmente as ações.

Momento atual é oportuno

Para Leonardo Peggau, diretor de operações da Blue3, o momento atual pode ser uma boa oportunidade para investir em small caps. “Há empresas sendo negociadas em um patamar bem baixo, ao mesmo tempo em que divulgam ótimos lucros. Além disso, vejo que a economia brasileira está respondendo mais rápido do que a economia global.” 

“Teremos as eleições no próximo domingo que podem trazer mais volatilidade para a Bolsa, já que não sabemos ainda o que irá acontecer. Entretanto, acredito que se o Brasil continuar com bons números econômicos, surfaremos bons anos de desenvolvimento econômico e as small caps vão apresentar valorizações”, diz Peggau. 

Wainberg, da Suno Research, concorda. “Acredito que temos algumas oportunidades no momento, não tantas quanto no pico passado, mas, ainda sim, alguns negócios parecem estar mal precificados, especialmente aqueles com desempenho operacional e financeiro superior ao pré-crise.”

“Dito isso, não vejo nenhum segmento superavaliado, acho que estamos longe de um momento de euforia no mercado, o sentimento dos investidores está mais voltado para uma postura de cautela”, finaliza o especialista.

As informações desta reportagem são de caráter exclusivamente informativo e não constituem recomendação de investimento.

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