Com 149,6 milhões de animais de estimação, segundo o censo do IPB (Instituto Pet Brasil) de 2021, o Brasil é o terceiro país em número de animais domésticos. Considerando os 215 milhões de brasileiros, pelo menos 70% da população tem um pet em casa ou conhece alguém que tenha.
A preferência do país é pelos cachorros: 58% das casas têm cães, 28% têm gatos, 7% têm peixes e 11% têm aves, de acordo com a consultoria alemã GFK, que levantou dados de 22 países para descobrir a distribuição dos animais em cada local. A média mundial indica que 33% dos lares têm cães, 23% têm gatos, 12% têm peixes e 6% têm aves.
Nelo Marraccini, presidente do conselho do IPB, acredita que o Brasil é um dos mercados mais vibrantes e resilientes do mundo quando se trata de bichos de estimação. “Os brasileiros têm uma relação muito próxima com seus pets e não deixam de cuidar deles, mesmo com as dificuldades impostas pela crise”, diz o executivo.
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Em 2021, o faturamento do mercado de animais de estimação brasileiro cresceu 27% na comparação anual, para R$ 51,7 bilhões. Com base no desempenho do primeiro semestre deste ano, o IPB estima que em 2022 o crescimento do setor será de 14,7%, para R$ 59,2 bilhões.
Crescimento na pandemia
Desde 2019, ano anterior à pandemia, o faturamento do mercado de pets cresceu 46,45%. Isso porque, 30% dos cães, gatos e outros bichos de estimação do Brasil foram adotados durante o período pandêmico, segundo o Radar Pet 2021 do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal).
Cerca de 23% desses bichinhos recém-adotados foram os primeiros de seus donos – um fenômeno que não ocorreu só no Brasil. Pesquisas internacionais mostram que em diversos países a população buscou um animal de estimação para diminuir a sensação de isolamento e solidão em casa.
Com um número maior de “pais de pets”, o mercado em volta desse universo se aqueceu e viu a entrada de novos negócios. O setor de pet shops, por exemplo, aumentou 33% nos últimos dois anos com a abertura de 18.278 novas lojas, informa o Sebrae.
“O mercado pet foi um dos segmentos que apresentou forte crescimento durante o isolamento social, quando muitas pessoas adotaram animais de estimação para enfrentar a solidão. A tendência é que o brasileiro continue consumindo bastante esses produtos e serviços, mantendo o segmento aquecido”, diz Carlos Melles, presidente do Sebrae.
Pet shops pequenos e médios foram responsáveis por 48% de toda a movimentação financeira do mercado de animais de estimação em 2021, um faturamento total de R$ 24,8 bilhões. Em seguida, vêm as clínicas e hospitais veterinários (18%), agrolojas (9,8%), varejo alimentar (8,6%), pet shops de grande porte (8%) e comércio eletrônico (5,4%).
Segundo o IPB, o setor de pets gerou 2,83 milhões de empregos durante o ano de 2021, um aumento de 6,2% sobre o ano anterior. O número total de empresas ultrapassou 285 mil.
A maior parte delas (62,7%) fazem parte da cadeia de distribuição. São pontos de venda como pet shops, consultórios, clínicas veterinárias, agrolojas e o varejo de alimentos. O restante dos estabelecimentos é composto por criadores (37,8%) e indústrias (0,2%).
Os produtos para animais de estimação também se tornam relevantes na área de exportação. De 2020 para 2021, as vendas ao exterior cresceram 33%, impulsionadas principalmente pelo pet food (95%). Ao todo foram exportados US$ 412,5 milhões.
Marraccini diz acreditar na expansão e no desenvolvimento do segmento de pets no país. “Acreditamos em um setor profissionalizado, que fortaleça a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos”, escreve o executivo.
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