Ibovespa abre em queda após IPCA subir mais do que o esperado

10 de novembro de 2022

O Ibovespa abriu em queda nesta quinta (10), com recuo de 1,97%, a 111.346,22 pontos. O índice brasileiro repercute a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a temporada de balanços que está em andamento.

Investidores e analistas também seguem atentos às novas informações sobre a transição do governo. Entretanto, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve começar a definir o gabinete de seu próximo mandato somente quando voltar do Egito, onde participará da Cop-27.

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Em Wall Street, eleições também fazem preço. Já se passaram dois dias de apurações das eleições de meio de mandato e os números indicam que os republicanos devem conseguir a maioria da Câmara, mas com menos vantagem do que se esperava.

Além de eleições, as bolsas nos EUA e o Ibovespa absorvem a divulgação dos dados de inflação.

Por aqui, o IBGE mostrou que o IPCA de outubro subiu 0,59%. A alta veio maior do que o esperado e colocou um fim a sequência de deflação que chegou a três meses consecutivos. Na base anual, o acumulado de 12 meses chegou a 6,47%.

O mercado esperava uma alta de 0,48% na comparação com setembro e um acumulado de 6,36% na base anual.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca que dois fatores preponderantes justificaram a surpresa no resultado: cuidados pessoais e artigos de residência.

“Vale pontuar que parte do efeito de artigos de residência pode estar associado ao efeito da preparação para a Copa do Mundo e também para a Black Friday. De maneira análoga, os preços de perfume também podem ter subido para efeito de desconto ao longo de novembro, tornando a surpresa etérea”, diz o economista.

Nos Estados Unidos, os dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) serão divulgados às 10h30. A expectativa é por mudanças menores. É esperado uma aceleração na comparação mensal de 0,4% para 0,6% em outubro. Já na base anual, a projeção indica uma queda de 8,2% para 8,0% no mês passado.

Ao longo do dia, sete dirigentes do Federal Reserve têm compromissos públicos e devem movimentar as negociações em bolsa com seus comentários. Uma desaceleração lenta do CPI como a esperada deve estimular o banco central a promover uma nova alta de 0,75 ponto percentual em dezembro, o que a levaria as taxas para 4,5% a 4,75%.

Entretanto, o mercado ainda está dividido entre apostas em 0,75 e 0,50 ponto percentual de aumento. Dados da FactSet mostram que 52% esperam 0,50 enquanto 48% acreditam na alta de 0,75 p.p..

Por volta das 10h (horário de Brasília), os índices futuros das bolsas operavam em alta. O Dow Jones subia 0,12%, o S&P 500 ganhava 0,21% e o Nasdaq tinha alta de 0,38%.

Na Europa, as bolsas operavam mistas no mesmo horário, repercutindo balanços locais e esperando os dados do CPI dos EUA. O FTSE 100, do Reino Unido, caía 0,13%, na Alemanha o DAX perdia 0,04%, enquanto na França o CAC 40 recuava 0,50%. O índice pan-europeu Stoxx 600, entretanto, tinha alta de 0,32%.

Já as ações da China e de Hong Kong caíram nesta quinta-feira, com o agravamento da situação da Covid-19 no país. Além disso, dados econômicos fracos preocupam e levantam dúvidas sobre quando acontecerá a reabertura econômica.

A China relatou 9.005 novas infecções por covid em 9 de novembro, incluindo tanto casos sintomáticos como assintomáticos, em comparação com 8.335 novos casos um dia antes. No centro industrial chinês de Guangzhou, milhões de residentes estão sendo testados, em uma ação de combate ao pior surto da cidade até agora.

O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 0,77%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,39%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 1,7%.

Commodities também são penalizadas. Tanto o minério de ferro quanto o petróleo apresentam queda no dia de hoje. O minério de ferro mais negociado para janeiro na bolsa de Dalian encerrou as negociações em queda de 1,4%, a US$ 93,21 a tonelada. Já o petróleo Brent, negociado em Londres, caía 0,47% nesta manhã, a US$ 85,43.

O dólar comercial apresenta alta ante seus pares, com subida de 0,30% do índice DXY. Frente ao real, os ganhos eram de 2,40% às 10h, para R$ 5,3052.

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