Mercados globais operam em queda e Ibovespa acompanha

15 de dezembro de 2022

O Ibovespa abriu em queda nesta quinta (15), com recuo de 0,60%, a 103.124,28 pontos. O índice brasileiro acompanha os mercados globais, que operam no vermelho nesta manhã após discurso duro do Federal Reserve ao aumentar os juros nos EUA.

No cenário interno, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta acalmar os mercados com discurso conciliador em meio à mudança na Lei das Estatais e à tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados.

Os futuros em Nova York começaram o dia em baixa, com o Dow Jones recuando 0,72%, o S&P 500 perdendo 0,87% e o Nasdaq caindo 1,13% por volta das 10h (horário de Brasília).

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Ontem, o comitê de política monetária do Fed optou por um aumento de 0,50 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, para uma faixa entre 4,25% e 4,50%. Esse era o aumento esperado pelo mercado. O que não se esperava era o discurso que veio depois.

Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que os juros continuarão em um patamar mais elevado por algum tempo, que este não é o momento de começar a discutir uma diminuição nas taxas. O objetivo continua sendo retornar a inflação à meta (de 2%).

Além disso, a projeção para a taxa terminal dos juros foi elevada. Dos 4,9% que se esperava anteriormente para 5,125%.

As bolsas em Wall Street que operavam em alta antes do anúncio dos juros viraram para queda e seguem no vermelho nesta quinta-feira.

Na Europa, hoje é dia de decisão de política monetária também. O Banco da Inglaterra (BoE) decidiu elevar sua taxa em 0,50 ponto percentual, para 3,50%, como era esperado pelo mercado. Trata-se da nona alta consecutiva, na tentativa de conter a inflação que atingiu seu pico (11,10%) de 41 anos em outubro.

Por volta das 10h (horário de Brasília), as bolsas europeias mantinham tendência de queda. Em Londres, o FTSE 100 caía 0,38%, em Frankfurt, o DAX perdia 1,13%, em Paris, o recuo do CAC 40 era de 1,20% e o índice pan-europeu Stoxx 600 apresentava queda de 1,06%.

Mais tarde, haverá decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre os juros na zona do euro. A expectativa é por um aumento de 0,50 ponto percentual como seus pares. Entretanto, o discurso esperado é de continuidade no aperto monetário em 2023.

As bolsas asiáticas fecharam todas no vermelho, com as sinalizações do Fed e indicadores da China no radar. As vendas no varejo chinesas caíram 5,9% na base anual em novembro, acima das expectativas de queda de 3,7% do consenso Reuters e queda de 0,5% no mês anterior.

Além disso, a produção industrial do país desacelerou. Em novembro registrou um avanço de 2,2% frente ao crescimento de 5% de outubro. O resultado é menor do que a expectativa de alta de 3,6% do consenso da Reuters.

O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 0,07%, enquanto o índice de Xangai perdeu 0,25%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 1,55%.

Por aqui, o cenário político-fiscal predomina. Ontem, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em um telejornal que “o Brasil não está em um momento favorável à expansão fiscal”. Ou seja, há a intenção de segurar os riscos inflacionários dos gastos públicos. O discurso ajudou o Ibovespa a fechar com leve alta, mas a contradição da fala com a PEC da Transição em tramitação foi apontada por alguns analistas.

Também no radar político está a votação do orçamento secreto, que será retomada após a ministra Rosa Weber – relatora do processo – votar contra a medida ontem. A decisão por inconstitucionalidade poderá impactar as negociações em volta da PEC da Transição.

O dólar comercial apresenta queda nesta manhã. Às 10h10 (horário de Brasília), o recuo era de 0,15%, com a moeda negociada a R$ 5,293.

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