Ibovespa abre em queda à espera das decisões do Banco Central e do Fed

1 de fevereiro de 2023

O Ibovespa opera em queda de 0,13% na abertura do pregão de hoje (1º), a 113.286 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O dia será pautado pela expectativa em torno das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto a temporada de balanços nos dois países segue movimentando os mercados.

O dólar recuava 0,14% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,0661.

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

Os preços ao produtor no Brasil recuaram 1,29% em dezembro, registrando taxa negativa pelo quinto mês seguido e encerrando 2022 com alta acumulada de 3,13%. Em novembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia caído 0,52%.

O resultado do ano passado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o terceiro menor desde o início da série histórica, em 2014 e também ficou muito abaixo da alta de 28,45% vista em 2021.

A atividade industrial do Brasil iniciou 2023 marcando o terceiro mês seguido de contração, apesar do ritmo de queda ter reduzido, refletindo retrações menores em novas encomendas e na produção. Ao mesmo tempo, o desempenho das vendas internacionais se deteriorou mais, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgada hoje.

Hoje será divulgado o resultado do Copom (Comitê de Política Monetária), em que o mercado já espera uma manutenção da taxa referencial Selic em 13,75% ao ano. Porém, os comentários do Banco Central sobre as perspectivas futuras continuam sendo uma incógnita.

No cenário corporativo, a Americanas informou ontem (31) que avalia pedir à Justiça do Rio de Janeiro financiamento “extraconcursal na modalidade debtor-in-possession” de pelo menos R$ 1 bilhão, que pode vir a ser subscrito pelos
acionistas de referência da empresa, segundo fato relevante ao mercado.

“O financiamento DIP visa ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez”, afirmou a varejista.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, a expectativa também está voltada para a decisão do Federal Reserve sobre a política monetária do país. Por lá, a expectativa é de que o banco central eleve sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, abandonando os rápidos aumentos realizados no ano passado para conter a aceleração da inflação em favor de uma busca mais gradual por um ponto de parada.

O aumento esperado colocará a taxa de juros do Fed na faixa de 4,50% a 4,75%, a mais alta desde novembro de 2007, quando a economia estava perto do que viria a ser uma recessão longa e profunda.

As autoridades esperam evitar um resultado semelhante desta vez, e os dados econômicos dos Estados Unidos desde a última reunião de política monetária em dezembro se moveram amplamente na direção certa: a inflação está desacelerando sob o impacto dos juros mais altos e condições financeiras mais rígidas, enquanto a economia continua crescendo e criando empregos.

Na Ásia, as ações da China subiram no primeiro dia de fevereiro, com o mercado de Hong Kong se recuperando após dois dias de quedas, uma vez que a atividade manufatureira do país mostrou melhora.

Por lá, a atividade industrial chinesa encolheu mais lentamente em janeiro do que no mês anterior, graças ao fim da política de Covid zero do país, embora as infecções entre os trabalhadores continuem dificultando a produção, mostrou uma pesquisa do setor privado divulgada hoje.

Assim, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/S&P Global para a indústria da China atingiu 49,2 em janeiro, contra 49,0 em dezembro.

O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 1,05%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,27%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 0,90%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,07%.

Na Europa, a inflação da zona do euro diminuiu pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, mas o alívio pode ser limitado, uma vez que o aumento do núcleo do índice de preços se manteve estável e já foram levantadas preocupações sobre a confiabilidade dos números.

A inflação anual no bloco monetário de 20 nações caiu para 8,5% no mês passado, de 9,2% em dezembro, segundo dados da agência de estatísticas da União Europeia.

Além disso, a retração da atividade industrial da região perdeu força novamente no mês passado, sugerindo que o pior pode ter acabado, de acordo com uma pesquisa que mostrou que as pressões sobre os preços diminuíram e que a queda na demanda se moderou, levando a um aumento do otimismo.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global para a indústria subiu para uma máxima de cinco meses de 48,8 em janeiro, em relação aos 47,8 de dezembro, em linha com uma leitura preliminar mas ainda abaixo da marca de 50 que
separa o crescimento da contração.

O Stoxx 600 ganhava 0,27%; na Alemanha, o DAX sobe 0,27%; o CAC 40 em alta de 0,21% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,51%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,20% no Reino Unido.

(Com Reuters)