Ibovespa opera sem direção clara com tombo do Bradesco e avanço de Petrobras

10 de fevereiro de 2023
Manusapon Kasosod/Getty Images

O cenário externo também era um fator de pressão negativa ao Ibovespa, com queda dos principais índices em Nova York

O Ibovespa alternava leves altas e perdas hoje (10), uma vez que a forte queda de Bradesco após resultados trimestrais abaixo do esperado contrabalançava desempenho positivo de Petrobras e empresas de energia elétrica.

Às 12h03 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,08%, a 107.922,76 pontos. O índice caminhava para fechar a semana em queda de 0,56%. O volume financeiro somava R$ 7,7 bilhões.

O noticiário corporativo ganhava os holofotes, deixando mais de pano de fundo os atritos entre BC (Banco Central) e o governo que castigaram os ativos locais recentemente. Na véspera, o Ibovespa caiu 1,77%, com notícias sobre potencial endosso do BC à mudança na meta de inflação deste ano. A instituição não comentou.

O dólar cedia ante o real hoje (10) e os juros futuros operavam em leve queda ou próximos da estabilidade ao longo da curva.

“Hoje está mais calmo”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, observando que o fato de Lula estar fora do país pode ajudar na mudança de foco. Ele, porém, reiterou preocupação de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, estejam perdendo espaço no governo.

Ambos deram declarações neste início de ano sobre política econômica, em especial quanto à pauta fiscal e à reforma tributária, que agradaram o mercado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está nos Estados Unidos, onde encontrará o presidente norte-americano, Joe Biden.

O cenário externo também era um fator de pressão negativa ao Ibovespa, com queda dos principais índices em Nova York, uma vez que a alta dos rendimentos dos títulos do governo norte-americano pressionava ações de tecnologia e crescimento. O S&P 500 caía 0,35%

Destaques

 BRADESCO PN perdia 6,96%, a R$ 12,84, tendo caído mais cedo ao menor valor em quase três anos, após divulgar um lucro recorrente para o quarto trimestre de R$ 1,6 bilhão, bem abaixo do que esperavam analistas, impactado em parte pelo caso Americanas. O mercado ainda reagia a projeções publicadas pelo banco. O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, disse mais cedo que a instituição concedeu mais empréstimos do que deveria durante a pandemia e que isso resultou na escalada da inadimplência que enfrenta agora. Rivais também cediam, com queda de 0,73% de ITAÚ UNIBANCO PN.

– ALPARGATAS PN desabava 17,57%, a R$ 9,71, após divulgar prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 21 milhões no quarto trimestre, resultado visto por analistas como pior do que o projetado.

– CPFL ENERGIA ON tinha valorização de 3,51%, a R$ 30,94, e EQUATORIAL ON exibia avanço de 2,48%, a R$ 26,87, em sessão positiva para empresas de energia.

 PETROBRAS PN subia 2,47%, a R$ 26,57, diante de alta superior a 1,5% do petróleo Brent no exterior após a Rússia anunciar planos para redução da produção da commodity. No setor, PRIO ON avançava 2,48% e 3R PETROLEUM ON ganhava 1,4%.

– VALE ON diminuía 1,47%, a R$ 87,09, mesmo após o minério de ferro avançar 0,8%, 863,50 iuans, na bolsa de Dalian.

– TIM ON tinha ganho de 3,89%, a R$ 11,23, ainda que a empresa tenha divulgado uma queda de 23,2% no lucro líquido normalizado do quarto trimestre, a R$ 590 milhões. A receita no período subiu 22,4% em relação ao ano anterior.

– USIMINAS PNA operava estável, a R$ 7,43, após publicar prejuízo para o quarto trimestre, revertendo resultados positivos obtidos um ano antes e nos três meses imediatamente anteriores, com quedas nas vendas de aço e minério de ferro e reconhecimento de impairment de R$ 1,7 bilhão relacionado ao valor de seus ativos.