Nesta segunda-feira (27), o Ibovespa teve uma leve baixa de 0,08% a 105.711,05 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 17,5 bilhões. O mercado foi impulsionado após o Ministério da Fazenda anunciar que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre os combustíveis após o final do prazo da desoneração, colocando o setor de sucroenergia em alta.
O anúncio é uma vitória para Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em meio a uma disputa de visões entre a equipe econômica e alas do governo. Segundo o ministério, a decisão, além de se basear no princípio da sustentabilidade ambiental, serve para recuperar a arrecadação dos cofres federais. A pasta disse ainda que a medida também preserva o consumidor, mas não entrou em detalhes sobre como será feita a recomposição dos tributos.
Rodrigo Cohen, especialista da Escola de Investimentos, afirma: “O mercado estava na expectativa da decisão do governo em relação à desoneração dos combustíveis. O Ministério da Fazenda anunciou a volta do imposto com taxas diferentes para a gasolina e etanol com o objetivo de que haja a reoneração, mas que ela seja escalonada de forma a onerar menos o consumidor final, decisão que o mercado viu como positiva, já que a decisão irá ajudar a diminuir o rombo de mais de R$ 200 bilhões nas contas do governo.”
Entre as altas, os papéis da São Martinho (SMTO3) e a Raízen (RAIZ4) são os destaques do dia, ambas representantes do setor de energia sustentável. A São Martinho subia 5.12% a R$ 27,29, enquanto a Raízen tinha uma alta de 5.19% a R$ 3.040.
Em contrapartida, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27) projetou uma alta na inflação pela 11º vez consecutiva. Nesta semana, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 5,90% para 2023 de 5,89% da semana passada. Já a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foi de 0,84%, ante 0,8% do último relatório.
Na Europa, o índice acionário STOXX 600 teve um dia de alta apoiado por ganhos em todos os principais setores, recuperando-se de sua maior queda semanal de 2023 devido aos temores de mais aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos e na zona do euro.
Na Ásia, as bolsas de valores da China e de Hong Kong fecharam em baixa enquanto investidores aguardavam sinais de política econômica do próximo Congresso Nacional do Povo. As relações EUA-China são a incerteza dominante que pesa entre os investidores, disse o Goldman Sachs. O banco observou que os gestores de carteiras de longo prazo estão hesitando em fazer novos investimentos.
(Com Reuters)