As ações da XP Inc. chegaram a despencar quase 22% nesta sexta-feira (17), na esteira de resultado marcado por queda de 21% no lucro do quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, bem como declínio na rentabilidade sobre o patrimônio na base trimestral.
A XP afirmou que o quarto trimestre normalmente se beneficia da performance de tarifas e um mercado de capitais mais ativo, mas que em 2022 a polarizada eleição no Brasil e a Copa do Mundo quebraram esse padrão histórico.
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Também disseram que provisões relacionadas à Americanas afetarão negativamente os resultado de janeiro a março deste ano, com um efeito de cerca de 125 milhões de reais no lucro líquido, e que as projeções da XP para 2023 implicam crescimento de receita de um dígito.
Às 15:47, os papéis da XP, que são listados em Nova York, desabavam 18,22%, a US$ 13. No pior momento, chegaram a dólares. No pior momento, chegaram a 12,4 dólares (-21,96%) distante dos US$ 27 precificados no IPO em 2019 e da máxima intradia histórica do papel de 53,08 dólares em 2021.
“O ambiente de juro mais alto por mais tempo está provando ser um grande desafio para o modelo de negócio da XP, cujo efeito é ainda mais exacerbado por uma reestruturação corporativa necessária, mas complexa e altamente desgastante”, afirmaram Marcelo Telles e Daniel Vaz, em relatório.
Analistas do BTG Pactual avaliaram que a deterioração nos números ocorreu mais rápido do que o esperado e disseram que “foi ruim não ter o presidente Thiago Maffra ou o presidente do conselho de administração/acionista controlador Guilherme Benchimol na teleconferência de um relatório anual tão importante”.
Eles acrescentaram que se a XP quiser aumentar seu ‘pool’ de lucros precisará se tornar mais um banco de investimento e menos uma “corretora pura”. “Essa transição não será fácil, tornando um bom modelo de ‘partnership’ ainda mais crucial à medida que assume mais riscos e se torna mais intensivo em capital.”
A XP projetou despesas totais, excluindo incentivos, neste ano entre R$ 5 bilhões e R$ 5,5 bilhões ante R$ 5,6 bilhões em 2022, enquanto estimou que o lucro líquido em 2023 fica entre R# 3,8 bilhões e R$ 4,4 bilhões, avançando entre 6% e 23% sobre o ano passado.
Analistas do Goldman Sachs, que também consideraram os resultados fracos, avaliaram como um aspecto positivo a XP ter reconhecidos os “ventos contrários” na receita e enviado uma mensagem benigna sobre as despesas com vendas, gerais e administrativas, conforme relatório a clientes.
Na visão da equipe do BTG Pactual, um limite mais rígido para os custos é ótimo, mas eles ponderaram que pode ser tão radical que prejudicaria a moral da empresa.